A diretora de Business Development do MakerDAO na América Latina, Nádia Alvarez, conceceu uma entrevista ao portal Exame, elogiando o mercado cripto brasileiro e dizendo que o MakerDAO e as finanças descentralizadas, ou DeFi, são "o futuro do dinheiro".
Segundo a executiva, as finanças descentralizadas são a maior revolução financeira dos últimos anos e que o setor estará no futuro das economias globais:
“É muito importante lembrar que o DeFi é algo muito novo, tem apenas dois anos de vida, então é natural que haja dúvidas e até alguma desconfiança. Com o passar do tempo, vamos atingir públicos mais amplos. [...] Eu não sei exatamente como será o futuro do dinheiro, se apenas com serviços descentralizados como DeFi, se será algo misto… mas o DeFi veio para ficar, e tenho certeza que estamos ajudando a construir esse futuro”.
Ela ainda destacou a importância do mercado brasileiro, que já tem uma série de exchanges negociando a stablecoin DAI, e traçou os planos de atuação da DeFi no país:
“O Brasil é um mercado muito importante. E será ainda mais, especialmente depois da emissão de dinheiro por parte do governo devido à pandemia, que deve aumentar o cenário de desvalorização do real. [...] A desvalorização das moedas nacionais é uma tendência para a América Latina nos próximos anos, então é importante que as pesoas conheçam outras opções. No Brasil, produzimos conteúdos, tutoriais e outros materiais para ensinar as pessoas sobre DeFi.”
A comunidade MakerDAO, que já foi alvo de críticas pelo uso de ativos centralizados como colateral, também foi defendida pro Álvarez:
"É a comunidade que decide o que é melhor para o protocolo, e isso faz dele ainda mais forte. O DAI é uma cesta que inclui diversos tokens, o que diminui o risco para a estabilidade do ativo. No caso da MakerDAO, o caminho é de ter colaterais diversos. No começo era apenas o Ether, mas para crescer é preciso ter mais colaterais, isso faz do ativo mais democrático, acessível e seguro"
Ela reconheceu que a descentralização nem sempre pode ser benéfica para aceitação das criptomoedas pelo mainstream e por governos. Segundo ela, as sociedades podem necessitar de uma transição híbrida para que comecem a confiar plenamente em protocolos descentralizados:
“A descentralização, que é um ponto positivo dos protocolos DeFi, pode inicialmente ser um problema, já que muitas pessoas, que ainda não estão acostumadas com esse modelo, querem centralização. Querem uma central de atendimento, um suporte técnico, se sentem mais seguras com alguém controlando. Então, é preciso educar as pessoas. E, no limite, as duas formas poderão coexistir“
Segundo o Defi Pulse, o Maker tem hoje aproximadamente US$ 2 bilhões de ativos penhorados no protocolo.
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