O Bitcoin (BTC) tem um potencial de libertação substancial, informa a revista americana Time, em 28 de dezembro.

O artigo acima mencionado afirma que “especulação, fraude e ganância na indústria de criptomoedas e blockchain têm ofuscado o potencial real e libertador da invenção de Satoshi Nakamoto”.

De acordo com o autor do artigo, o Bitcoin “pode ser uma ferramenta financeira valiosa como um meio de câmbio resistente à censura”.

Alejandro Machado, um pesquisador de criptomoedas da Open Money Initiative, disse que a taxa de transferência bancária dos Estados Unidos para a Venezuela pode chegar a 56%.

Para contornar tais condições, os venezuelanos teriam recorrido à criptomoeda, recebendo Bitcoin de seus parentes no exterior. A principal alternativa é transferir dinheiro para a Colômbia, sacá-lo e trazer o dinheiro para a Venezuela, o que, de acordo com o artigo, “pode levar muito mais tempo, custar mais e ser muito mais perigoso do que a opção Bitcoin”.

A Time sugere que o Bitcoin é uma boa maneira de se proteger da inflação monetária fiduciária. A Venezuela é o principal exemplo disso, com a inflação de sua moeda nativa projetada para bater em 1 milhão por cento. Mas há também outros exemplos semelhantes, como o Zimbábue, onde o ex-presidente Robert Mugabe "imprimiu quantidades infinitas de dinheiro". Mas o autor ressalta:

"Seus sucessores não conseguem imprimir mais Bitcoin."

O Bitcoin é também, de acordo com o artigo, uma ferramenta para evitar a vigilância em massa em lugares como a China. Dito isto, como reportou a Cointelegraph em março, de acordo com o denunciante americano Edward Snowden, o Bitcoin não é ideal para evitar a coerção do governo, e ele acredita que o mundo precisa de uma opção melhor.

A Time também aponta a vantagem dada pela incapacidade dos governos de censurar transações ou congelar carteiras Bitcoin. De fato, a Cointelegraph informou em abril que a conta do WikiLeaks na Coinbase foi suspensa devido a uma violação dos termos de serviço.

Ainda assim, ninguém pode impedir o WikiLeaks de usar carteiras de criptomoedas na qual a organização controla as chaves privadas. Na verdade, o WikiLeaks ainda está aceitando doações de criptomoedas e também agregou suporte à cripto favorita de Snowden Zcash em agosto de 2017.