Três investidores do interior do Paraná denunciam na Justiça um esquema com Bitcoin que consideram uma “verdadeira quadrilha”.
Com a promessa de até 90% de rendimento ao mês, a empresa Blockchain It Kriptons teve quatro mil clientes antes de ser fechada pelas autoridades, além de ter registrado um prejuízo estimado em R$ 1,5 bilhão para suas vítimas, segundo a investigação sobre o caso.
As atividades da plataforma chegaram ao fim com a Operação Midas, da Polícia Federal, que foi realizada no início de dezembro de 2019.
As autoridades cumpriram onze mandados de prisão naquele momento, sendo que dois líderes do negócio não foram encontrados até agora e são considerados foragidos.
O grupo de clientes que move o processo procura bloquear bens em nome da empresa ré na ação. Com pagamentos em atraso desde maio de 2019, a Blockchain It Kriptons enfrenta dificuldades para devolver o dinheiro de clientes como é o caso dos três usuários paraenses.
‘Quadrilha’ oferecia lucro de até 90% ao mês com Bitcoin
Três investidores que participaram da Blockchain It Kriptons pedem o bloqueio de dinheiro em nome da plataforma. No total, os clientes da empresa possuem R$ 27 mil para receber que supostamente foram investidos em Bitcoin.
A Justiça deferiu o bloqueio de bens para o caso, que pode resultar no arresto de dinheiro em contas bancárias que pertencem ao negócio. Por outro lado, o bloqueio de veículos também foi deferido.
Os bens a serem bloqueados neste caso podem pertencer a Blockchain It Kriptons ou então ao líder, Daniel Kaminski de Souza, também processado pelo grupo de usuários.
A Blockchain It Kriptons é apontada como uma pirâmide financeira. Os autos do processo em que o negócio é citado fala sobre a instituição ser “um verdadeiro golpe”.
A acusação de fraude acontece após quase um ano de atrasos com saques de Bitcoin. De acordo com o relato dos investidores, os pagamentos não acontecem desde maio de 2019.
A promessa de lucro do esquema consistia em índices de até 90% ao mês. Ou seja, era oferecido aos clientes um surpreendente retorno de 3% ao dia. No entanto, os três investidores do interior do Paraná não conseguiram sacar nenhuma quantia.
Grupo de investidores espera desde 2019 para receber
Antes do primeiro pagamento ser efetuado aos clientes a empresa enviou um comunicado. Até então, o prazo para saques consistia em 22 dias úteis. Após o comunicado enviado no dia 23 de maio de 2019, o email anunciou que os pagamentos foram suspensos por 90 dias.
A plataforma orientou os clientes que o atraso aconteceria devido a uma “fraude na divisão de operações, que era localizada na Argentina.” Mas, esse não foi o único aviso sobre os atrasos em pagamentos de Bitcoin enviados pelo negócio.
No dia 23 de agosto de 2019 outro comunicado pedia mais prazo para que os clientes da Blockchain It Kriptons fossem pagos. Nesse segundo pedido, a empresa solicitou mais 180 dias para quitar o débitos com os investidores.
Antes de cumprir qualquer prazo estabelecido, a Operação Midas colocou fim nas atividades do esquema. No início de dezembro, dezenas de policiais cumpriram 62 mandados judiciais relacionados ao caso fraudulento.
A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 80 milhões em contas da Blockchain It Kriptons e de seus sócios, durante a Operação Midas.
Além de atuar no Paraná, a plataforma manteve clientes no Amapá, Bahia, Minas Gerais e Maranhão.
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