A Kraken, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, anunciou nesta sexta, 02, a integração do Pix em sua plataforma. De acordo com a empresa, a integração tem como objetivo habilitar novas funcionalidades para os brasileiros que negociam na plataforma.
No entanto, diferente do que ocorre em outras exchanges, na qual os depósitos via Pix são creditados em reais, no caso da Kraken, as transferências serão automaticamente convertidas em dólares americanos (USD) para negociação. Portanto, não haverá pares em BRL na plataforma.
"Quando você deposita fundos na sua conta Kraken via Pix, seus reais são automaticamente convertidos para dólares americanos a taxas competitivas", declarou a exchange.
Apesar de permitir o depósito de reais via Pix, neste primeiro momento, não será possível usar o Pix para fazer retiradas.
“ A Kraken não está apenas chegando ao Brasil — nós já estamos aqui há anos. O lançamento do Pix aprofunda ainda mais nosso compromisso com os clientes brasileiros, que estão entre os usuários de cripto mais apaixonados e avançados do mundo. Estamos ampliando uma base já existente, que inclui aplicativos web e mobile localizados e suporte em português brasileiro 24 horas por dia, 7 dias por semana, e planejamos trazer ainda mais novidades para o Brasil no próximo ano", disse um porta-voz da empresa ao Cointelegraph Brasil.
Criptomoedas no Brasil
A integração do Pix na Kraken busca aumentar a participação da exchange no mercado de criptoativos nacional que já movimenta bilhões. No entanto, de acordo com o Banco Central do Brasil, apesar da alta crescente dos investidores de criptomoedas no país, a negociação de ativos digitais sofreu uma forte queda no início de 2025.
Dados divulgados pelo regulador nesta semana, mostram uma redução expressiva nos gastos com importação de criptoativos. Entre janeiro e março deste ano, as despesas com criptoativos caíram para US$ 3,3 bilhões, frente aos US$ 4,7 bilhões registrados no mesmo período de 2024. Essa queda revela uma mudança importante no comportamento dos consumidores e investidores.
Além disso, o déficit da conta de criptoativos com o exterior também encolheu, saindo de US$ 4,3 bilhões para US$ 3,1 bilhões. Ou seja, a diferença entre o que o Brasil paga e o que recebe em criptomoedas diminuiu de forma significativa.
De acordo com o BC, a conta de criptoativos considera tanto moedas digitais sem emissor, como o Bitcoin, quanto ativos com emissor, como as stablecoins. Estas últimas são atreladas a moedas tradicionais, como o dólar.
Outro dado que chama atenção é que as receitas provenientes do exterior caíram de US$ 348 milhões para US$ 220 milhões. Essa queda evidencia que menos valores em criptoativos estão chegando ao país.
No ano de 2024 inteiro, o volume de despesas com criptoativos foi de US$ 18,2 bilhões, com um déficit de US$ 16,7 bilhões. O movimento atual indica uma tendência de retração no mercado para este ano.