A Justiça de São Paulo determinou o arresto de ativos da empresa de investimentos em Bitcoin Genbit em decisão publicada nesta terça-feira, 17 de dezembro, no Diário de Justiça de São Paulo.

Na ação pedindo rescisão de contrato e devolução de dinheiro de um cliente da empresa que teria investido cerca de R$ 4.000, a Justiça decide pelo arresto, por meio do sistema BACENJUD, dos ativos em nome da Arbor Brasil Ser. Gestão Financeira Ltda., da HDN Participações S/A e da Gensa Serviços Digitais S/A, nome jurídico da Genbit.

Diz a decisão:

"Assim, em que pese o mercado de criptomoedas apresentar riscos para aplicação, e ser necessário maior elastério probatório em relação ao mérito da questão, por cautela, é forçoso reconhecer que há grandes probabilidades de que o autor tenha sido vítima de um golpe, ou, na melhor das hipóteses, que houve quebra dos operadores, por má gestão. Demais disso, mostra-se inegável o perigo de dano, uma vez que a demora para solução do caso poderá acarretar um prejuízo demasiado ao autor, uma vez que as empresas requeridas poderão esvaziar seu patrimônio, sendo portanto, difícil reverter a situação e garantir o resgate dos valores aplicados."

Audio de presidente fala em 'solução abençoada'

Em grupos no Whatsapp e no Telegram, circula um audio atribuído ao presidente da Genbit, Nivaldo Gonzaga, dizendo que tem sofrido ameaças de investidores. A notícia é do LiveCoins.

Segundo o texto, Gonzaga diz que investidores estão cobrando pela liberação de saques, cujo bloqueia afeta a boa parte de seus 45 mil clientes.

Ainda segundo o audio, Gonzaga apela para a religiosidade para pedir a compreensão dos investidores afetados:

“Eu quero convidar (…) todos os interessados a continuar do meu lado (..), aqueles que realmente acreditam primeiro no seu coração, primeiro nas confirmações que você foi (sic) buscar com a sua intuição, com a sua fé, com a sua igreja. Todas essas pessoas que têm real certeza que um dia vai (sic) vencer e que acredita nesse propósito (…)”

Além disso, ele diz trabalhar "ardentemente" para resolver os problemas, prometendo uma "solução abençoada": a adoção do token TPK (Treep Token), uma criptomoeda desenvolvida pelo grupo não é listada em nenhuma exchange.

Ele propõe que os estabelecimentos comprem máquinas de pagamento caras, que custam R$ 26.500, e passem a usar a TPK como moeda. Não há informações de qualquer estabelecimento ou cliente interessado em adotar a criptomoeda ou as máquinas de pagamento.

A Genbit está proibida de atuar pela Comissão de Valores Mobiliários, que investiga a empresa.