O Venture Capital (VC) japonês Saison Capital confirmou nesta segunda-feira (15) que o fundo Onigiri Capital está de olho na aceleração de projetos em blockchain no Brasil.

A Saison Capital é o braço de capital de risco do Credit Saison, uma das maiores empresas financeiras não bancárias do Japão listadas na Bolsa de Valores de Tóquio, já o lançamento global do Onigiri Capital aconteceu na última sexta-feira (12). O fundo de investimento nasce com US$ 50 milhões para investir em projetos em blockchain.

O fundo, que já captou US$ 35 milhões, concentra-se em startups que criam soluções de ativos reais em cinco setores principais: stablecoins, pagamentos, ativos tokenizados (RWA), finanças descentralizadas (DeFi) e infraestrutura de mercados financeiros.

Em entrevista à Exame, Qin En Looi, sócio da Saison Capital e managing partner do novo fundo, disse que o Onigiri Capital pretende atuar para posicionar a América Latina como fonte de inovação aplicada em blockchain, e que as instituições financeiras asiáticas e estadunidenses que aportarem no fundo terão acesso privilegiado ao pipeline blockchain de startups latino-americana apoiadas pelo fundo.

O Brasil é um dos países mais avançados em infraestrutura de pagamentos no mundo. O que estamos oferecendo vai além do capital. Acreditamos que o nosso maior valor está em três coisas: acesso institucional, porta de entrada para a Ásia e validação e visibilidade, disse Qin En Looi.

O executivo salientou que a tecnologia que suporta as criptomoedas é uma das principais apostas do fundo para atender à crescente demanda por soluções internacionasi de pagamentos transfronteiriços, ao explicar que, “hoje, enviar dinheiro do Brasil para fora ou vice-versa ainda é um processo lento, caro e ineficiente. É aí que entra o blockchain.”

Em comunicado, a empresa destacou que o lançamento do fundo ocorre em um momento de recuperação do financiamento de capital de risco em blockchain, atingindo seus níveis mais altos este ano desde 2022. Segundo o fundo, a tokenização de ativos do mundo real deve atingir US$ 10 trilhões em valor de mercado até 2030, com grandes instituições como BlackRock e Goldman Sachs nos EUA, e MUFG e Banco da China na Ásia, já tomando medidas para integrar blockchain em sua infraestrutura financeira tradicional. O apoio institucional do fundo fornece às empresas do portfólio acesso aos principais canais de distribuição, expertise regulatória e credibilidade consolidada para acelerar o tempo de lançamento no mercado em diversas jurisdições, de acordo com o Onigiri Capital.

Na esteira da adoção no país, Salvador pode adotar pagamento de impostos por criptomoedas. Já o Itaú lançou seu primeiro relatório exclusivo sobre o mercado de criptomoedas, apostando que o Ethereum (ETH) terá valorização superior ao Bitcoin (BTC) em uma eventual retomada da tendência de alta, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.