O Banco Itaú, um dos principais bancos do Brasil, e que já foi um ferrenho crítico ao Bitcoin e as criptomoedas, tendo argumentado no passado que o BTC servia como veículo de lavagem de dinheiro, agora está "in love" com o Bitcoin e anunciou a distribuição de seu primeiro fundo, aprovado pela CVM, com exposição ao universo de criptoativos.
O fundo será o Hashdex Crypto Selection FIC FIM, e será o primeiro fundo de ativos digitais distribuído pelo banco Itaú, que terá exclusividade na oferta pelos primeiros três meses. Aberto para todos os investidores e com aplicação mínima de R$1,00, o fundo buscará retornos superiores ao índice NCI (Nasdaq Crypto Index).
“Esse anúncio demonstra que estamos atentos às principais tendências do mercado e em promover a sofisticação da carteira de investimentos dos nossos clientes. Já oferecíamos em nossa prateleira produtos que acessam as áreas de criptoativos e blockchain, e a possibilidade dessa parceria para disponibilizar o fundo Hashdex Crypto Selection vem complementar a oferta no momento”, afirma Claudio Sanches, diretor de produtos de investimento e previdência do Itaú Unibanco.
Ainda segundo Sanches, os clientes do Itaú, o fundo foi escolhido pelo banco por condierar que ele tem "uma configuração mais segura em relação a alternativas mais populares, apesar da altíssima volatilidade do ativo final”.
Inicialmente, o novo fundo será composto por diferentes ativos. São eles: ETF HASH11 (35%), que representa a cesta de criptoativos do NCI; ETF BITH11 (20%), um produto 100% bitcoin; ETF WEB311 (18%), que aposta na infraestrutura (smart contracts) da internet do futuro; DEFI11 (16%), que investe em finanças descentralizadas; e, por fim, ETF ETHE11 (11%), que aporta 100% dos recursos em ethereum.
"Desde 2018, a Hashdex vem desenvolvendo e acompanhando as diferentes teses de investimento do universo cripto. Por meio da análise dos grandes ciclos e das dinâmicas setoriais, é possível identificar vantagens relativas entre diferentes ativos e teses, bem como reconhecer eventos específicos que impactem os preços”, comenta Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex.
Hashdex Crypto Selection FIC FIM
O fundo “Hashdex Crypto Selection FIC FIM” vai contar com a gestão dinâmica, a partir de escolha das teses de investimento e rebalanceamento dos produtos, além de movimentos táticos, acompanhamento de eventos relevantes no universo cripto, entre outras estratégias.
Além disso, vai contar também com uma gestão de risco, com limite de exposição total em cripto e volatilidade relativa ao benchmark.
A taxa de administração do novo fundo será de 2% ao ano, e a taxa de performance será de 20% do que exceder o índice NCI, em reais. O prazo de resgate é de D+21 para cotização e D+1 para liquidação. Para mais informações, acesse o link.
Do ódio ao amor
O Banco Itaú é um dos grandes bancos do país que saiu do ódio ao Bitcoin ao amor à criptomoeda. No passado o banco já disse que as criptomoedas são usadas para lavagem de dinheiro e que não tinha qualquer interesse em ter relação com criptomoedas.
"O Itaú entende que moedas virtuais que podem ser trocadas por dinheiro real ou outras moedas virtuais são potencialmente vulneráveis a lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo", disse o Banco ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, CADE, ao afirmar que não queria atender empresas com ligação com Bitcoin.
Os bancos BTG Pactual, Plural e Rendimento são os ‘early adopters’, entre as instituições financeiras, no que se refere à indústria de criptomoedas no Brasil. No caso do BTG, a instituição trabalha com um token próprio, o Reitz, lastreado em imóveis, desde 2018 e, depois de lançado ao público, o Banco já pagou duas rodadas de rendimentos aos detentores do token.
Recentemente, o BTG também foi o primeiro banco do Brasil a oferecer exposição em criptomoedas aos clientes. Além disso, o banco comprou a revista Exame e, como uma das primeiras ações, instituiu o portal “Future of Money” que é focado em Bitcoin e criptomoedas.
Já o Plural foi a primeira instituição financeira a ‘abrir as portas’ para as empresas de criptomoedas do Brasil se conectarem ao sistema financeiro via API.
O banco também foi o primeiro a comprar participação em uma empresa de criptomoedas, ao investir recentemente no Mercado Bitcoin, um dos principais clientes da instituição que pode ser vendida para a Coinbase.
O Rendimento por sua vez foi o primeiro grande banco do Brasil a anunciar uma integração com a Ripple em um sistema de remessas financeiras que usam a RippleNet. Depois do Rendimento, a Ripple ainda anunciou parcerias com Itaú e Bradesco.
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