O mercado de criptomoedas operava a um market cap de US$ 3,1 trilhões (-2,6%) na manhã desta segunda-feira (24), quando o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 95,6 mil (-0,5%) com dominância de mercado a 60,6%, sentimento dos investidores em região neutra (40%) e a maioria das principais altcoins no vermelho.
Os dados reportados pelas plataformas de monitoramento indicavam que a pressão vendedora de Bitcoin coincidia com o aumento de capitalização de stablecoins como o Tether (USDT), lastreada ao dólar americano, em sinal de proteção dos investidores. O que justificava o aumento de 27% no volume de negociações de criptomoedas, US$ 86,6 bilhões nas últimas 24 horas, patamar que pode ser considerado modesto pelos padrões do mercado cripto.
Esses indicadores se associavam ao FUD (medo, incerteza e dúvida) que também se refletiu no mercado acionário no encerramento dos pregões de sexta-feira (21), quando o S&P 500 e o Nasdaq, historicamente correlacionados ao desempenho do Bitcoin, encerraram em respectivos 6.013,13 (-1,71%) e 19.524,01 pontos (-2,2%).
O mercado de Futuros de Bitcoin apontava para um recuo a 111,4 bilhões (-2%) no interesse aberto, volume em 24 horas a US$ 164,3 bilhões (+36,3%) e US$ 268,9 milhões (+138%) em liquidação de traders alavancados de criptomoedas, sendo US$ 219,9 milhões em posições compradas (long) ante US$ 49 milhões em posições vendidas (short), segundo dados da plataforma Coinglass.
Apesar da chance de reversão delineada pelo mercado de Futuros, as criptomoedas enfrentavam um cenário de incertezas macroeconômicas, perceptível pelo avanço do Volatility Index (VIX), conhecido por índice do medo, a 17,68 pontos (+12,9%). O que coincidia com a aproximação da cobrança de tarifas sobre diversos produtos fabricados por outros países, exportados aos Estados Unidos. A medida foi estabelecida por decretos assinados pelo presidente Donald Trump e começam a vigorar em março.
O “tarifaço de Trump” traz a reboque o fantasma da inflação pelo possível repasse das tarifas aos preços. Em relação ao aço e ao alumínio, taxados em 25% a partir de 12 de março, a União Europeia (UE) estima que 28 bilhões de euros em exportações do bloco serão afetados, fora as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente dos EUA.
Com a inflação rondando, analistas já falam e aumento na taxa de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), já que o colegiado de política monetária do Federal Reserve (Fed) se reúne nos dias 18 e 19 de março. Nesse caso, um eventual arrocho monetário tende a afetar mercados como o de criptomoedas, associado ao risco.
A desconfiança dos investidores se espalhava ainda no fluxo de saída dos fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin e de Ethereum (ETH) no encerramento de sexta-feira, respectivamente em US$ 62,77 milhões e US$ 8,92 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue. Na ocasião, o BTC também teve a volatilidade acentuada por um hack de US$ 1,4 bilhão contra a exchange de criptomoedas Bybit, o maior da história do mercado de criptomoedas.
Entre as principais altcoins em capitalização de mercado, o RAY derretia a US$ 2,88 (-32,8%), o IP recuava a US$ 3,84 (-11,8%), o HYPE retorna a US$ 21,56 (-9,5%), o ENA era trocado por US$ 0,41 (-10,1%), o GALA valia US$ 0,021 (-8,7%), o BONK era transferido por US$ 0,000014 (-8,6%), o SOL se convertia em US$ 156,94 (-8,3%), o MOVE recuava a US$ 0,45 (-8,1%), o S avançava a US$ 0,85 (+4,6%), o SEI chegava a US$ 0,28 (+2,8%) e o TRON representava US$ 0,24 (+1,8%).
Quanto às altas de dois dígitos percentuais, em menor número, o KAITO era trocado por US$ 1,73 (+13%), o WHITE se convertia em US$ 0,00017 (+43,7%), o CUDOS representava US$ 0,011 (+25%), o ELA era transferido por US$ 2,33 (+40%), o BROCCOLI se nivelava US$ 0,047 (+36%), o FORT chegava a US$ 0,11 (+33,7%), o SN era negociado por US$ 1,13 (+13,5%) e o GROK era comprado por US$ 0,0040 (+16,7%).
Entre as novas listagens em exchanges de criptomoedas estavam TB e PEE na BitMart, HEI, VMC na LBank, MWC na AscedEX, KAITO na Biconomy, NGSOL na Bitget, RIZ na Gate.io, PAIN na Bitrue, KOALA na P2B e HEI na HitBTC.
Na semana anterior, a liquidação de traders alavancados disparou 200% com reversão do Bitcoin e alta de até 70% das altcoins, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.