Em mais um capítulo do escândalo financeiro envolvendo o Grupo Bitcoin Banco (GBB), comandado por Claudio Oliveira, e a BWA, de Paulo Roberto Bilíbio, uma divergência em relação aos valores devidos pelo GBB foram parar na Justiça.
Em novo processo, a BWA solicita a correção do seu saldo presente na lista de credores da NegocieCoins, que pertence ao GBB.
De acordo com a petição inicial de Recuperação e Falência apresentado pela NegocieCoins, Bilíbio teria um crédito na plataforma no valor de R$ 6.925.805,56 em criptomoedas.
No entanto, o diretor da BWA contesta esse saldo, informando que o montante devido é, na verdade, de R$ 163.277.991,60 - valor quase 25 vezes maior ao alegado pelo GBB.
Com as correções monetárias, o saldo, segundo a ação movida por Bilíbio, seria ainda maior:
“Desta forma, o peticionário vem à presença deste ilustre administrador a fim de apresentar sua divergência em relação ao valor de seu crédito, requerendo sua correção, para que conste na lista de credores, o valor correto, uma vez que é credor da importância de R$ 163.702.881,56 (cento e sessenta e três milhões, setecentos e dois mil, oitocentos e oitenta e um reais e cinquenta e seis centavos)”.
Lista de credores apresentada pelo GBB na petição inicial de Recuperação e Falência
O mandado de 10 de dezembro, requerido por meio da advogada Luciana Santos de Almeida, pede a correção de valores com base em provas anexas a uma Ata Notorial, que teria sido registrada no 2º Tabelião de Notas da Comarca de Santos, dias antes, e foi noticiada pelo Cointelegraph.
Assim como o Grupo Bitcoin Banco, a BWA também tem sido arrolada em processos judiciais sob a acusação de operar um esquema fraudulento com criptomoedas.
Após atrasos nos pagamentos dos investidores, na última quinta-feira (12), o Tribunal De Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) determinou o bloqueio dos bens pertencente aos operadores da empresa.
Por causa disso, a divergência de valores ganha ainda mais importância, já que, segundo a BWA, essa suposta dívida do GBB seria utilizada para resolver os problemas da empresa.
Proibido de atuar pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o GBB, por sua vez, entrou com o pedido de recuperação judicial para todas as empresas do grupo, dentre elas a NegocieCoins, após alegar ter sido vítima de um hacker que teria permitido saques ilegais nas suas plataformas e roubado os fundos dos clientes. O caso se arrasta desde meados de maio de 2019.
A notícia mais recente envolvendo o Grupo Banco Bitcoin diz respeito à determinação da Justiça do Paraná na última segunda-feira (16), de devolver ao GBB de todos os Bitcoins, criptomoedas e demais bens bloqueados pela Justiça em favor de clientes com saldos presos nas plataformas da companhia.