A história da guerra entre a Rússia e Ucrânia pode transformar o papel do mercado de criptomoedas no cenário mundial.

Desde o começo da guerra, as criptomoedas se envolveram em polêmica, como as acusações por supostamente servirem de artifício a oligarcas russos para burlarem sanções econômicas. Mas elas também estão ajudando na sobrevivência de milhares de refugiados ucranianos através de doações de criptoativos. Além disso, o conflito também deverá ser uma espécie de “prova de fogo” para as criptomoedas, abraçadas pelo governo ucraniano com status de moedas fiduciárias legalizadas em seu território.  

Não por acaso, dois dias após a invasão russa, o ministro da Transformação Digital da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, foi ao Twitter pedir doações em Bitcoin (BTC), Ether (ETH) e Tether (USDT).

Fiquem com o povo da Ucrânia. Agora aceitando doações em criptomoedas, escreveu.

O que poderia ser apenas mais uma maneira de arrecadar fundos para auxiliar as tropas e os refugiados da Ucrânia acabou tomando dimensões maiores. Não apenas em relação aos mais de US$ 100 milhões arrecadados em criptomoedas, mas também pela força que os criptoativos conquistaram no governo do presidente Volodymyr Zelensky.

A principal delas foi a decretação da autorização de criptomoedas como tecnologia substituta do sistema tradicional, o de moedas fiduciárias, que são emitidas pelo banco central do país. Em contraposição, a guerra atingiu em cheio o rublo russo, que já teria perdido 50% de valor de mercado. 

Para se ter uma ideia da dimensão do uso das criptomoedas como política monetária, o Banco Central da Ucrânia já estuda a criação de uma CBDC, sigla em inglês para moeda digital emitida pelo banco central, no caso o “cripto-grívnia”, um criptoativo lastreado na moeda fiduciária do país. 

Pelo lado da Rússia, o governo do presidente Vladimir Putin decidiu autorizar o pagamento de petróleo e gás, vendidos a países aliados, por meio de criptomoedas. O que poderia ser justificado por uma eventual dificuldade do governo russo em transacionar com moedas fiduciárias como o dólar americano e o euro, que são controlados mais facilmente por instituições econômicas internacionais.

Neste contexto de servir aos dois lados da trincheira, as criptomoedas voltaram a recuperar volume de mercado com um total de mais de US$ 2,1 trilhões enquanto o Bitcoin (BTC)  já conseguiu romper a resistência dos US$ 48 mil e bater o recorde anual. 

Por outro lado, as criptomoedas voltam a acender um sinal de alerta depois de acusações de adoção por oligarcas russos para furarem as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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