O Grupo Foxbit anunciou nesta segunda, 12, que conquistou uma importante autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM): a licença de crowdfunding de investimentos, que habilita a plataforma a realizar oferta de valores mobiliários de financiamento coletivo por meio digital, com o apoio da tecnologia de tokenização.

Desse modo, a empresa pode começar a emitir tokens RWA atrelados a recebíveis, consórcios, entre outros.

“Essa licença é a confirmação de que estamos no caminho certo. Queremos transformar o Grupo Foxbit em um grande hub para empresas e investidores que acreditam no potencial dos ativos digitais, com segurança, tecnologia e conformidade regulatória,” afirma Ricardo Dantas, CEO da Foxbit.

O modelo de crowdfunding de investimentos é regulamentado pela Instrução CVM 88, e permite que empresas — especialmente de pequeno e médio porte — realizam captações públicas diretamente com investidores, de forma digital, utilizando instrumentos como tokens representativos de participação societária, dívida ou outros direitos financeiros.

Segundo a empresa, com essa licença, o Grupo Foxbit poderá ampliar significativamente sua atuação no mercado de tokenização, um dos segmentos mais promissores da nova economia digital, oferecendo ativos que vão desde recebíveis e precatórios até cotas de empresas e outros projetos.

“Acreditamos que o futuro dos investimentos passa por plataformas abertas, transparentes e reguladas, onde a tokenização será protagonista. Queremos estar na linha de frente dessa transformação no Brasil”, reforça Dantas.

Tokens RWA

Em maio de 2025, o valor total de ativos do mundo real tokenizados atingiu um recorde histórico de US$ 22,1 bilhões, impulsionado principalmente por crédito privado e títulos do Tesouro dos EUA. Projeções indicam que esse mercado pode alcançar até US$ 16 trilhões até 2030, à medida que instituições financeiras tradicionais integram a tecnologia blockchain em suas operações.

No cenário latino-americano, o Brasil se destaca como líder na adoção de RWAs. Entre 2019 e 2023, o país movimentou cerca de R$ 1 bilhão em tokens, com R$ 542 milhões apenas em 2023. Empresas como Mercado Bitcoin, Liqi, Netspaces e Mynt estão na vanguarda, oferecendo soluções que vão desde a tokenização de recebíveis até imóveis.

A regulamentação também avança: em janeiro de 2025, o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI) aprovou a resolução nº 1.487, que determina a implementação de tecnologias digitais para registro criptografado de contratos e documentos em plataformas baseadas em blockchain. Além disso, o desenvolvimento do Drex, a moeda digital do Banco Central do Brasil, promete integrar ainda mais os RWAs ao sistema financeiro nacional.

A tokenização imobiliária é apontada como uma das principais tendências para 2025, democratizando o acesso a investimentos antes restritos a grandes investidores. Com a possibilidade de fracionamento de propriedades e novos modelos de rentabilização, pequenos e médios investidores podem participar de projetos imobiliários de alto valor.

Empresas como a Netspaces firmaram parcerias estratégicas, como com a Housi, para desenvolver e gerenciar tokens atrelados a imóveis em diversas regiões do Brasil, ampliando as possibilidades de investimento e acesso ao mercado imobiliário.