Empresas fintech brasileiras estão facilitando o desenvolvimento de projetos imobiliários ao oferecer produtos de financiamento coletivo em parceria com as incorporadoras, projetando retorno médio de 10%. A informação desta segunda-feira, 20 de janeiro, é da Folha de S. Paulo.

Funcionando como uma forma de "tokenização", mas ainda sem blockchain, as fintechs oferecem plataformas para desintermediar os investimentos em projetos imobiliários, dividindo os investimentos em cotas e projetando com frequência retorno de 14, 16 e 18%, sem taxa de administração, diz a matéria.

O resgate dos investimentos é único e acontece de 12 a 36 meses, apesar de já existirem rendimentos com pagamentos semestrais.

O financiamento coletivo do setor é regulado pela Instrução Normativa 588 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), definindo o chamado equity crowdfunding, no qual os investidores compram cotas em startups.

O diretor de investimentos da fintech Glebba, Francisco Pérez, ressalta que as empresas querem ocupar o mercado de loteamento e incorporação imobiliária, atraindo o investidor que busca alternativas ao fundos imobiliários. O retorno único é de 13,8% por ano em cotas mínimas de R$ 1.000.

Já Felipe Souto, da Bloxs, diz que a rentabilidade vem da desintermediação entre o empreendimento e o financiamento tradicional, que cobra taxas muito altas:

"O empreendimento está ganhando o que ele teria de pagar ao banco. Claro que não é um investimento isento de risco, jamais poderíamos falar isso, mas não é por conta de um risco excessivo que torna ele mais rentável. É justamente porque nós estamos lucrando com o que o banco ganharia"

A evolução das plataformas fintech de desintermediação dos investimentos no Brasil pode trazer a adoção da tokenização dos investimentos através da blockchain, que permitiria cotas ainda menores para os empreendimentos imobiliários. No Reino Unido, um empreendimento de luxo de US$ 25 milhões foi tokenizado pela TZERO.

A adoção de blockchain não se resume apenas à tokenização de investimentos. Reventemente, a Construtora MRV usou a tecnologia nos serviços cartorários para a conformidade legal de um empreendimento no Rio Grande do Sul. 

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