Demitida da Atlas Quantum em setembro de 2019, junto com outro quatro integrantes do corpo diretivo, a advogada e ex-diretora executiva de Compliance da companhia, Emília Malgueiro, agora move um processo trabalhista contra a empresa e pede R$ 831.737,05 de indenização por dano moral.
Publicado inicialmente pelo Portal do Bitcoin, este é mais um capítulo na crise vivida pela plataforma de investimento em Bitcoin, proibida de operar pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Como processo corre em segredo de justiça, não é possível acessar os documentos e detalhes da ação, mas é possível conferir uma decisão do juiz Cesar Augusto Fagundes, que intimou as partes para uma audiência, marcada para 31 de janeiro de 2020.
O site do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) destaca ainda que na última quinta-feira (12), a advogada apresentou novos fatos para serem incluídos na petição inicial.
Demitida por 'fazer perguntas demais'
No dia 25 de setembro, Emilia Malgueiro participou da audiência pública da Comissão Especial do PL 2303/2015, que debateu a regulamentação das criptomoedas no Brasil e que foi realizada na Câmara dos Deputados.
Questionada pelo deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade/RJ) sobre o que levou à sua demissão, Malgueiro respondeu que o motivo foi “por fazer perguntas demais sobre o que estava acontecendo”
Na época, a justificativa oficial da empresa, no entanto, apontou para “cortes de despesas”.
Na mesma audiência, o CEO da Atlas Quantum, Rodrigo Marques, chegou a afirmar que os problemas enfrentados pela empresa eram consequência da falta de legislação reguladora no país:
“Parte do que passamos não teria acontecido se o país tivesse mergulhado em esforços para entender o funcionamento do mercado e estabelecimento de regras”.
Desde que foi proibida pela CVM de atuar, a Atlas Quantum mantém bloqueados os fundos de seus clientes e vem enfrentando uma série de dificuldades financeiras - recentemente, como mostrou o Cointelegraph, a empresa atrasou o pagamento do 13º salário dos seus funcionários.
Para contornar as dificuldades e a suposta falta de recursos, a Atlas Quantum estaria vendendo cadeiras, móveis e até materiais de escritório da empresa.