Os ministros da Economia e das Finanças que representam os países da União Europeia disseram que abordarão o uso potencial de criptomoedas pela Rússia para evitar sanções impostas a ela após suas operações na Ucrânia.

Falando a repórteres por meio de um intérprete após uma videoconferência informal dos ministros da Economia e Finanças da UE na quarta-feira (02/03), o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que os legisladores já haviam trabalhado para congelar "uma quantidade significativa de ativos" no banco central da Rússia como parte do seus esforços para penalizar financeiramente o país por seus esforços contínuos na Ucrânia. No entanto, ele acrescentou que os 27 estados membros da UE decidiram sobre medidas adicionais destinadas a impedir a Rússia de evitar sanções, incluindo estendê-las à Bielorrússia.

“Estamos tomando medidas, em particular sobre criptomoedas ou criptoativos, que não devem ser usadas para contornar as sanções financeiras”, disse Le Maire. “Faremos um balanço diário sobre a implementação dessas sanções, sua eficácia e quaisquer medidas adicionais que possam ser necessárias. Quando se trata de sanções econômicas e financeiras, queremos permanecer flexíveis e mobilizados”.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, dirigindo-se a repórteres na quarta-feira.

O ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, supostamente ecoou os comentários de Le Maire, dizendo que os líderes da UE devem “tomar medidas para impedir que indivíduos e instituições listadas mudem para criptoativos não regulamentados”, referindo-se a indivíduos e bancos baseados na Rússia mencionados nas sanções. Seguindo a reunião, a União Europeia anunciou que decidiu remover sete bancos russos do sistema de pagamentos internacionais SWIFT, que entrará em vigor em 10 dias.

As criptomoeda estiveram na boca de muitos legisladores nos últimos seis dias, enquanto líderes mundiais analisam ferramentas em seu arsenal para aparentemente alertar o presidente russo Vladimir Putin sobre as consequências financeiras de suas decisões na Ucrânia.

Em 25 de fevereiro, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, pediu aos legisladores da UE que aprovassem uma estrutura regulatória para criptomoedas, sugerindo que poderia impedir a Rússia de contornar as sanções. Nos Estados Unidos, houve um esforço regulatório semelhante dos legisladores para permitir que o país se beneficie de ativos digitais, em vez de "déspotas, terroristas e lavadores de dinheiro do mundo".

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