As aduanas egípcias vão trocar o papel por uma plataforma blockchain da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) para o processamento das mercadorias importadas pelo país africano.

A adoção da tokenização alfandegaria foi anunciada na manhã da última terça-feira (7) durante o Global Halal Brazil pelo gerente de Tecnologia da Informação da instituição, Marcos Bulgarelli, conforme noticiou a Agência de Notícias Brasil-Árabe (ANBA).  

Em 2020, a CCAB já havia implementado o IBM Blockchain Platform no serviço de exportação de produtos do Brasil para os países árabes, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

Bulgarelli revelou que esteve no Egito na última semana acompanhado pelo secretário-geral da CCAB, Tamer Mansur, ocasião em que eles apresentaram a tecnologia blockchain da entidade brasileira às autoridades daquele país. 

 “Vão usar a Plataforma Ellos como sistema oficial do governo, para receber todas as importações que o Egito faz, não só do Brasil. Todos os exportadores do mundo inteiro que exportam para o Egito vão usar a Plataforma Ellos”

Plataforma Ellos

Lançada no final de agosto, a Plataforma Ellos Blockchain tem por objetivo expandir para o formato digital os processos de comércio exterior do Brasil com os países árabes. Parte do projeto é o Easy Trade, que possibilita a tokenização de documentos emitidos durante as transações comerciais entre os países, o que já acontece nas exportações brasileiras para a Jordânia, segundo o gerente da CCAB. 

“Isso dá uma perspectiva muito grande para nossa plataforma. Hoje a Ellos está sendo usado para os países árabes, mas com as possibilidades que foram criadas, podemos expandir para todos os países islâmicos”, acrescentou.

Mais Blockchain 

Para 2022 a CCAB anunciou ainda o lançamento do Marketplace, um ambiente blockchain para negócios entre brasileiros e árabes, cujos detalhes do projeto ainda serão anunciados pela instituição. 

“A questão da rastreabilidade da cadeira produtiva é a principal delas, onde a gente quer garantir para o consumidor árabe e muçulmano que o produto que ele está consumindo segue os preceitos que ele exige, um produto na gôndola do supermercado vai ter na sua embalagem um QR Code, o consumidor pode bipar no seu celular o QR e visualizar tudo o que aconteceu com aquele produto até chegar na mão dele, no supermercado”, afirmou.

Bulgarelli frisou ainda que a CCAB tem investido maciçamente em iniciativas digitais e de inovação, entre eles o blockchain, a inteligência artificial e a internet das coisas. 

 “Elas vêm para garantir e dar segurança e credibilidade para toda cadeia da produção”

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