Para Benjamin Dean, Diretor de Ativos Digitais da WisdomTree, o mercado de criptomoedas está inundado de projetos que prometem ser a próxima 'revolução' do setor e, com isso, acabam iludindo investidores desavisados.

Na outra ponta, segundo ele, com a falência de protocolos como BlockFi, Celsius e Voyager Digital surgiu também a narrativa de que finanças descentralizadas são uma 'pirâmide financeira.

Desta forma, segundo ele, para não perder dinheiro no mercado de criptoativos é importante saber que "nem todos os animais com chifres são unicórnios - e nem todas as empresas que operam nos trilhos das criptomoedas são 'DeFi'", apontou.

Para ajudar os investidores a indentificar os projetos ele destacou que a empresa criou o gráfico no qual faz sua classificação dos projetos do ecossistema das criptomoedas em busca de auxiliar os participantes do mercado na compreensão da oportunidade de investimento de cada ativo digital pelo prisma da categoria a que pertencem (que é o ‘caso de uso’)

“‘DeFi’ é um dos oito segmentos de nossa classificação. Ele é acompanhado por outros segmentos, como: plataformas de contratos inteligentes, tokens não fungíveis (NFTs) e os 'miscelâneos' um tanto nebulosos.

 

Figura: Taxonomia de ativos digitais WisdomTree v1.0 (julho de 2022) - Fonte: Wisdom Tree

DeFi

Segundo Dean a empresa define DeFi como instrumentos financeiros sem depender de intermediários financeiros como corretoras, exchanges ou bancos usando contratos inteligentes em uma blockchain

O especialista aponta que a parte mais importante desta definição é a referência a: ‘usar contratos inteligentes em uma blockchain’. Desta forma, fazer isso cria uma série de implicações sendo a primeira delas é que pode-se auditar as participações a qualquer momento devido à natureza transparente dos livros distribuídos (blockchains) e do código de contrato inteligente de código aberto.

"Em segundo lugar, as regras do contrato são muito claras. Aqueles que usam esses aplicativos DeFi o fazem de posse de seu par de chaves pública/privada, o que significa que eles autocustódiam seus ativos e decidem quando e como esses ativos podem e são usados", apontou.

Desta forma o especialista argumenta que isso ajuda os investidores pois mostra como o setor de DeFi é totalmente diferente de entedidades como a Three Arrows Capital (3AC).

"DeFi é muito diferente de Finanças Centralizadas (CeFi), que às vezes é chamada de Finanças Tradicionais (TradFi). A dificuldade, no momento, é que esses dois conceitos estão se confundindo à medida que as empresas financeiras tradicionais integram a tecnologia de contabilidade distribuída em suas operações", aponta.

Portanto, segundo a empresa, a Three Arrows Capital é (era) um fundo de hedge que assumiu posições longas e alavancadas em uma classe de ativos altamente volátil e perdeu.

"O resultado não surpreende. Os eventos turbulentos de junho e julho tiveram um lado positivo. Os eventos demonstraram os pontos fortes de muitos aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi) (por exemplo, Compound, Aave, Maker), que ainda estão funcionando sem problemas" aponta.

Desta forma,  Benjamin Dean destaca que estes aplictivos de Defi citados funcionaram conforme projetado e são globalmente acessíveis a qualquer pessoa com telefone celular e conexão com a internet, "esses aplicativos fornecem transparência e auditabilidade que muitas vezes não estão presentes no sistema financeiro tradicional", destacou.

“É apenas categorizando corretamente as criptomoedas, redes e tokens que se pode ver onde estão os verdadeiros problemas – e oportunidades. É isso que a taxonomia de ativos digitais do WisdomTree faz. Marcar todas as insolvências da indústria de empréstimos de criptomoedas como ‘DeFi’ seria como confundir todos os animais com chifres com rinocerontes.”

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