Apesar da alta do Bitcoin (BTC) de mais de 500.000% em 10 anos, o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Paulo Picchetti, declarou que não há qualquer intenção do BC do país em adicionar Bitcoin as reservas da nação.
Segundo ele, a estratégia de reservas do BC leva em consideração uma rígida política de risco e retorno, adotando um perfil conservador, e, portanto, o BTC apesar de sua valorização, apresenta grande volatilidade e não cabe dento desta estratégia.
"Certamente o Bitcoin não entra na cesta de aplicações pelo desempenho histórico de volatilidade que a gente sabe que ele tem”, declarou.
No entanto, embora o BC não considere integrar o BTC em suas reservas, há esperanças de uma inclusão futura de tokens RWA, já que Picchetti apontou que títulos verdes estão dentro do portfólio de aplicações considerados pela instituição.
Títulos verdes, também conhecidos como títulos de dívida verde ou bonds verdes, são instrumentos financeiros emitidos por governos, organizações internacionais ou empresas para financiar projetos que tenham um impacto positivo ambiental ou climático.
Há diversos projetos que estudam emitir tokens RWA de títulos verdes, como o projeto de Finanças Verdes da União Europeia (UE) que faz parte de seu Plano de Ação para a Sustentabilidade da UE.
Além disso, em novembro de 2023, o grupo Societe Generale emitiu seu primeiro título verde digital como um token de segurança registrado diretamente pela SG-FORGE na blockchain pública Ethereum. Os tokens de segurança foram totalmente subscritos por dois investidores institucionais, AXA Investment Managers e Generali Investments, por meio de uma colocação privada.
Enquanto estuda outros ativos para serem incluídos nas reservas do país, Picchetti destacou que as reservas do país são compostas por: 79,99% em dólar norte-americano, 5,24% em euro, 4,80% em renminbi, 3,58% em libra esterlina, 2,60% em ouro, 1,80% em iene, 1,01% em dólar canadense e 0,9% em dólar australiano.
Reservas
Conforme as declarações de Picchetti, as reservas de ouro do Banco Central (BC) do Brasil são armazenadas no exterior. Ele destacou que o país não adquire ouro localmente, evitando assim a aquisição de ouro de origem duvidosa ou proveniente de garimpos ilegais. Em vez disso, o Brasil negocia a quantidade de ouro físico armazenado em locais seguros, juntamente com o ouro de outras nações.
Picchetti também mencionou que o retorno sobre investimento das reservas internacionais do país está em conformidade com o de outras nações que adotam uma política semelhante. Em 2023, o retorno sobre investimento foi de 5,11%.
Atualmente, embora haja especulações sobre diversos países terem reservas em Bitcoin, somente El Salvador revelou publicamente uma estratégia de investimento na maior criptomoeda do mercado.
Embora grandes nações como EUA e China sejam as maiores detentoras de BTC, como mais de 200.000 Bitcoins cada, os BTCs são frutos de apreensões realizadas pelas autoridades e não estão inseridas nas reservas das nações.