Os mercados de criptomoedas mostraram sinais de consolidação na segunda semana de outubro, mesmo com os investidores mantendo apostas em outro rali de “Uptober” rumo a novas máximas.
Entre as notícias da semana está a baleia de Bitcoin (BTC) com US$ 11 bilhões, que retornou após dois meses de pausa e transferiu mais US$ 360 milhões em BTC, movimento que indica uma possível rotação para a segunda maior criptomoeda do mundo, restando ainda US$ 5 bilhões em sua carteira.
Outro possível catalisador para o Uptober é o fato da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) ter recebido 31 pedidos de fundos negociados em bolsa (ETFs) de criptomoedas, sendo 21 deles apresentados apenas nos primeiros oito dias de outubro.
No entanto, a paralisação do governo norte-americano pode atrasar a resposta regulatória a esses pedidos, já que a SEC afirmou que está operando “sob condições modificadas” e com “um número extremamente limitado de funcionários” até que uma lei de financiamento seja aprovada.
Como democratas e republicanos não chegaram a um acordo pela sétima vez na quinta-feira, a paralisação continuará na próxima semana, já que o Senado deixará Washington até terça-feira, informou a CBS News.
Baleia de Bitcoin com US$ 11 bilhões retorna com transferência de US$ 360 milhões em BTC após dois meses
Uma baleia de Bitcoin que detinha cerca de US$ 11 bilhões em BTC, antes de converter mais de US$ 5 bilhões do montante em Ether (ETH) há dois meses, retornou ao mercado de criptomoedas com outra transferência de US$ 360 milhões em Bitcoin.
O endereço da baleia transferiu o equivalente a US$ 360 milhões em Bitcoin para a carteira quente “bc1pd” do protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) Hyperunit na terça-feira. Essa foi sua primeira movimentação em dois meses, segundo dados da plataforma Arkham.
A transferência pode sinalizar outra rotação para o Ether, com base nos padrões anteriores de transações da baleia.
A baleia de Bitcoin de US$ 11 bilhões surgiu há dois meses e converteu cerca de US$ 5 bilhões em BTC para Ether, ultrapassando temporariamente a segunda maior empresa de tesouraria corporativa, a Sharplink, em termos de participações totais em ETH, informou a Cointelegraph em 1º de setembro.
A baleia ainda mantinha mais de US$ 5 bilhões em Bitcoin em sua carteira principal na quarta-feira, indicando possível pressão de venda adicional sobre a principal criptomoeda.
A baleia de Bitcoin começou a converter seus fundos em Ether em 21 de agosto, quando vendeu US$ 2,59 bilhões em BTC para abrir uma posição spot de US$ 2,2 bilhões em ETH e uma posição long perpétua de US$ 577 milhões.
DeFi atinge recorde de US$ 237 bilhões em valor total bloqueado, apesar da queda de 22% nas carteiras ativas diárias no 3º trimestre, diz DappRadar
O setor de aplicativos descentralizados (DApps) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com resultados mistos, a liquidez em finanças descentralizadas (DeFi) atingiu um recorde histórico, enquanto a atividade de usuários caiu drasticamente, segundo novos dados da DappRadar.
Em relatório enviado ao Cointelegraph, a DappRadar afirmou que o número médio diário de carteiras únicas ativas foi de 18,7 milhões no 3º trimestre, uma queda de 22,4% em relação ao trimestre anterior. Enquanto isso, os protocolos DeFi somaram US$ 237 bilhões em valor total bloqueado (TVL), o maior já registrado.
O relatório destacou uma divergência crescente entre o capital institucional que flui para plataformas financeiras baseadas em blockchain e o engajamento de usuários de varejo com DApps. Embora o TVL tenha atingido níveis recordes de liquidez, a atividade geral permaneceu fraca, indicando menor participação do varejo.
“Durante todo o trimestre, todas as categorias apresentaram queda em carteiras ativas, mas o impacto foi mais forte nas categorias de Social e IA”, apontou a DappRadar. Os DApps voltados à IA perderam mais de 1,7 milhão de usuários, caindo de uma média diária de 4,8 milhões no 2º trimestre para 3,1 milhões no 3º, enquanto os de SocialFi despencaram de 3,8 milhões para 1,5 milhão.
Nova primeira-ministra do Japão pode impulsionar economia cripto e “refinar” regulações sobre blockchain
A recém-eleita primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, pode abrir caminho para regulações mais “refinadas” que fortaleçam a economia de criptomoedas do país, com potencial para transformá-lo em um novo polo global para empresas do setor.
Takaichi foi eleita líder do Partido Liberal Democrata (LDP) no sábado e se tornará a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra do Japão em 15 de outubro.
Especialistas afirmam que sua liderança pode adotar uma postura mais aberta à inovação tecnológica, incluindo avanços em blockchain, sem abandonar os rígidos padrões regulatórios japoneses.
Segundo Elisenda Fabrega, diretora jurídica da plataforma de tokenização Brickken, a eleição de Takaichi pode ter um “impacto significativo na percepção e na governança dos ativos digitais no país”.
Em declarações anteriores, Takaichi defendeu a “soberania tecnológica”, destacando o “desenvolvimento estratégico de infraestrutura digital, incluindo tecnologia blockchain”, disse Fabrega ao Cointelegraph. “Do ponto de vista jurídico, isso sugere que seu governo pode adotar uma postura não apenas permissiva, mas proativa em relação à economia digital.”
Fabrega acrescentou que a postura política de Takaichi pode reforçar o “comprometimento do Japão com a segurança jurídica no setor cripto” e reacender o interesse do país como centro de inovação.
Segundo Maarten Henskens, diretor de operações do Startale Group e chefe da Astar Foundation, o governo japonês está reconhecendo a blockchain como um “pilar de sua estratégia de transformação digital”.
“Uma política monetária mais flexível sob a nova liderança pode sustentar a liquidez e alimentar o apetite dos investidores por ativos alternativos, incluindo criptomoedas”, disse Henskens ao Cointelegraph.
“Na Startale e na Astar, vemos esse cenário como ideal para continuar expandindo o ecossistema Web3 do Japão”, acrescentou.
Apagão na internet do Afeganistão é um ‘alerta’ para a descentralização das blockchains
A recente queda generalizada da internet no Afeganistão destacou uma fraqueza crítica nas principais blockchains do mundo: sua dependência de provedores de internet centralizados, que permanecem vulneráveis à intervenção governamental e a falhas técnicas.
O país sofreu uma interrupção quase total da internet que durou cerca de 48 horas antes que a conectividade fosse restaurada em 1º de outubro, informou a Reuters. A interrupção teria sido ordenada pela administração do Talibã, embora autoridades posteriormente tenham atribuído o problema a “questões técnicas” envolvendo cabos de fibra óptica.
Embora as blockchains tenham como objetivo oferecer às pessoas uma rede pública e resistente à censura para transferências de valor, sua dependência de provedores de internet centralizados torna esses casos de uso desafiadores durante apagões.
“O apagão do Afeganistão não é apenas uma crise regional de conectividade, é um alerta”, disse Michail Angelov, cofundador da plataforma descentralizada de Wi-Fi Roam Network. “Quando a conectividade é monopolizada por um punhado de provedores centralizados, a promessa da blockchain pode desmoronar da noite para o dia”, acrescentou.
A interrupção nacional dos serviços de internet e dados móveis afetou cerca de 13 milhões de cidadãos, segundo um relatório de setembro da ABC News. Esse foi o primeiro apagão nacional de internet sob o regime do Talibã, após restrições regionais impostas no início de setembro para conter atividades online consideradas “imorais”.
O Talibã negou ter imposto o bloqueio, atribuindo a queda da internet a problemas técnicos, incluindo falhas em cabos de fibra óptica.
O Irã também vem enfrentando problemas de censura na internet desde o início de seu conflito com Israel.
O governo iraniano bloqueou o acesso à internet por 13 dias em junho, exceto para aplicativos de mensagens locais, o que levou os iranianos a procurar links de proxy ocultos para obter acesso temporário, informou o The Guardian em 25 de junho.
US$ 10 bilhões em Ethereum aguardam retirada com aumento nas saídas de validadores
O Ethereum registrou nesta semana sua maior saída de validadores já observada, com mais de 2,4 milhões de Ether, avaliados em mais de US$ 10 bilhões, aguardando retirada de sua rede de proof-of-stake. Apesar disso, participantes institucionais estão substituindo boa parte desse volume na fila de entrada de validadores.
A fila de saídas do Ethereum ultrapassou 2,4 milhões de Ether, avaliados em mais de US$ 10 bilhões, na quarta-feira. O aumento das retiradas ampliou o tempo de espera na fila de validadores para mais de 41 dias e 21 horas, segundo dados da blockchain disponíveis no site ValidatorQueue.com.
Os validadores são responsáveis por adicionar novos blocos e verificar transações na rede Ethereum, desempenhando um papel essencial em seu funcionamento.
“Grandes retiradas sempre significam que há uma chance de os tokens serem vendidos, mas isso não significa necessariamente que as vendas ocorrerão”, disse Nicolai Sondergaard, analista de pesquisa da plataforma de inteligência cripto Nansen, acrescentando que “não há motivo para preocupação apenas com base nesse dado”.
Embora a fila de retiradas de US$ 10 bilhões seja significativa, é provável que os validadores estejam “consolidando participações de 32 ETH em lotes maiores de até 2.048 ETH por eficiência operacional”, segundo Marcin Kazmierczak, cofundador da empresa de oráculos blockchain RedStone.
Isso inclui o aumento de fluxos para protocolos de staking líquido visando maior “eficiência de capital”, disse ele ao Cointelegraph, acrescentando:
“Uma grande parte do ETH retirado é realocada dentro do DeFi, não vendida.”
“O tempo de espera superior a 44 dias cria uma limitação natural que evita choques de oferta”, explicou, acrescentando que o volume diário de negociação do Ether, de cerca de US$ 50 bilhões, ainda é cinco vezes maior que a fila de validadores.
Panorama do mercado DeFi
De acordo com dados do Cointelegraph Markets Pro e do TradingView, a maioria das 100 maiores criptomoedas por valor de mercado encerrou a semana em alta.
O token de privacidade Zcash (ZEC) subiu mais de 68%, tornando-se o maior ganhador da semana entre as 100 principais criptomoedas pelo segundo período consecutivo. O token Mantle (MNT) teve o segundo melhor desempenho da semana, com alta superior a 18%.
Obrigado por ler nosso resumo das principais novidades do DeFi desta semana. Volte na próxima sexta-feira para mais notícias, análises e aprendizados sobre esse setor em constante evolução.