O mercado de criptomoedas ainda não pagou a conta do hype do ano passado, quanto o Bitcoin (BTC) atingiu US$ 69 mil e o volume do setor chegou aos US$ 3 trilhões na onda do “dinheiro fácil” derramado no mercado. Embora tenha começado a ser paga no início de dezembro com a liquidação massiva de posições que deu início a uma série deslizes, responsáveis pelo derretimento de aproximadamente 70% da capitalização do mercado e do BTC, respectivamente US$ 1,01 trilhão e US$ 21,2 mil segundo o mapeamento do CoinMarketCap, a “dívida do mercado de criptomoedas” ainda resultará em algumas prestações a serem quitadas nos próximos meses.

A avaliação foi feita há alguns dias por David Duong, chefe de pesquisa institucional da maior exchange de criptomoedas dos Estados Unidos, a Coinbase. Em entrevista ao analista de criptomoedas Scott Melker, Duong elencou alguns pontos que, segundo ele, poderão ser cruciais para o ecossistema cripto nos próximos meses, entre eles a inflação e a atuação do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, para tentar conter a alta dos preços. 

“Muito de nossa tese de investimento ainda depende do que estamos obtendo em termos de tentar atuar no eixo do Fed. Na verdade, gasto cerca de 30% do tempo apenas tentando prestar atenção para entender o que está acontecendo com a inflação, porque quanto mais parece que atingiu o pico, obviamente melhor é a tese de investimento”, explicou o executivo da Coinbase.

David Duong deixou claro que espera mais um anúncio de aumento da taxa de juros nos EUA durante a reunião do comitê de política monetária do Fed em setembro e, consequentemente, mais correções de preços das criptomoedas. Ao mesmo tempo, ele previu a elevação  do saldo da UST GA (Conta Geral do Tesouro dos EUA), que é a conta corrente usada pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos para desembolsos do governo, capitação de pagamentos de impostos e de fundos da venda de dívidas do Tesouro.

No médio prazo, o movimento, segundo ele, vai provocar nova fuga de capitais dos ativos de risco, ao concluir que: 

“Tudo isso, infelizmente, defende uma perspectiva de médio prazo mais negativa no que diz respeito aos ativos de risco, não apenas cripto, mas todos os ativos de risco. Após a grande corrida que vimos no verão, que provavelmente está acontecendo sob algumas condições de liquidez mais baixa, acho que ainda é valioso ter um pouco de cautela ao entrarmos no terceiro trimestre.”

Em sentido contrário foi o ex-gestor de fundos de hedge do Goldman Sachs Raoul Pal, que fez previsões mais otimistas no longo prazo para as criptomoedas. Segundo ele, o mercado cripto poderá explodir 20.000% na “maior acumulação de riqueza da história”, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

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