O condomínio Çiragan abriu uma Ação de Despejo contra a empresa Atlas Quantum que está, segundo o condomínio, está com aluguel atrasado no valor de mais de R$ 61 mil, referentes a aluguéis atrasados desde outubro de 2019, segundo documento compartilhado com o Cointelegraph em 27 de abril.

"A dívida corresponde ao valor de R$ 61.563,13 (sessenta e um mil quinhentos e sessenta e três reais e treze centavos) somando-se os alugueis atrasados, multa moratória de 10% (dez por cento), correção monetária, juros de 1% (um por cento) ao mês, honorários advocatícios de 20% (vinte por cento). Os valores supramencionados e discriminados na planilha anexa deveriam ser quitados e comprovados junto ao requerente, conforme previsto em contrato, porém, a requerida quedou-se inerte, de forma que a presente ação de despejo cumulada com cobrança e tutela antecipada se mostou o único caminho a ser trilhado", destaca o pedido do Çiragan.

A ação de despejo foi protocolada em janeiro deste ano e, portanto, os valores pleiteados já ultrapassam o valor mencionado na ação. O CEO da Atla já foi notificado da Ação que ainda segue sendo analisada pela justiça e, assim como clientes da empresa, o condomínio está em busca de contas bancárias ou bens que possam ressarcir as dívidas do empresário.

Os documentos foram compartilhados com o Cointelegraph pelo Dr. Artêmio Picanço, que vem realizando uma grande investigação sobre a empresa.

Contudo, não é só a Atlas Quantum que deixou o Çiragan: segundo informações recebidas pelo Cointelegraph e confirmadas por uma pessoa próxima a família, o CEO da Atlas Quantum, Rodrigo Marques, também deixou o condomínio e não reside mais no local.

No entanto o motivo da saída de Marques não teria sido por falta de pagamento e sim, segundo fontes, porque o endereço já estava 'marcado' e era conhecido por investidores da empresa que, por vezes, haviam ido até a portaria perguntando sobre o empresário o que teria levado Marques a temer retaliação de antigos clientes da Atlas.

Marques porém ainda reside em São Paulo, capital, segundo fontes e teria ido morar em um novo local, cerca de 15 KM do Çiragan.  

Além de clientes que estão com seus Bitcoins bloqueados desde o ano passado e condomínio atrasado, o CEO da Atlas também estaria devendo para empresas de móveis e decoração, como noticiou recentemente o Cointelegraph, Marques teria gasto cerca de 460 mil para mobiliar três apartamentos alugados, porém teria pago apenas a entrada e estaria devendo o restante das parcelas.

Antes da crise causada pelo avanço do coronavírus, um grupo de clientes da Atlas Quantum, com um pedido foi formulado pelo escritório Picanço F. Braga, pediu a instauração de um PIC, e subsidiariamente o IP pela polícia especializada para investigar o  CEO da Atlas Quantum, Rodrigo Marques, assim como  Fabrício Spiazzi Sanfelice (sócio retirante) e o antigo dono da AnubisTrade, Matheus dos Santos Grijó.

Em busca de solucionar a crise financeira que vem ocorrendo na empresa desde agosto de 2019, quando foi proibida pela CVM de oferecer contratos de investimento coletivo no Brasil, a Atlas Quantum lançou duas iniciativa em 2020, a Phoenyx que consistem em um robô de trade que opera na Bitmex e o Novo Quantum, nova plataforma da empresa na qual os clientes tiveram seus Bitcoins bloqueados convertidos em um token chamado BTCQ.

No entanto o BTCQ não tem qualquer lastro ou lugar para negociação que não seja a plataforma da Atlas na qual, em relação ao Bitcoin, há um deságio de 96%.

O Cointelegraph procurou Rodrigo Marques para comentar as alegações do advogado, contudo, até a publicação desta reportagem não houve retorno.

Confira a integra do Pedido de Despejo

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