O Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta (27) o lançamento da primeira fase de implementação do Open Banking, uma nova implementação no sistema financeiro nacional que promete ser uma revolução na relação e interação dos clientes com as instituições financeiras, fintechs, startups, bigtechs, entre outros.

Segundo o Banco Central, o lançamento oficial da primeira fase ocorrerá no dia 01 de fevereiro as 11h em evento online com a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Regulação, Otávio Damaso.

O evento será transmitido pelo Canal do Banco Central no YouTube e contará com a participação de João André Calvino Marques, chefe do Departamento de Regulação do Banco Central, e de Isis Galote, representante do GT de Experiência do Usuário, que compõe a Estrutura Inicial de Governança do Open Banking Brasil.

"O Open Banking vai poder usar toda a informação do cliente na busca do desenvolvimento de novos produtos financeiros e custos mais baratos, ou seja, o cliente vai usar a informação para o seu benefício", destacou Roberto Campos Neto, frisando que a iniciativa é parte da agenda BC#

O que é Open Banking

O Open Banking vai permitir a portabilidade de dados financeiros dos cidadãos brasileiros, desbloqueando o desenvolvimento de novos produtos e a integração de diversas contas de entidades financeiras em uma só plataforma.

Desta forma, entre as diferentes funções, com a autorização dos clientes, fintechs, empresa de criptomoedas e gigantes mundiais como Google, Facebook e Amazon poderão , com a liberação do cliente, acessar os dados bancários destes e, autorizados pelos clientes, demandar ordens de pagamento, entre outros.

A primeira previsão para implementação do sistema era para o dia 30 de novembro, mas os bancos mais tradicionais do país pressionaram o Banco Central pelo adiamento, alegando que não haviam tido tempo para garantir a segurança das informações compartilhadas dos clientes. Os bancos digitais eram contra o atraso, mas perderam essa batalha

A consultoria Roland Berger previu em um estudo recente que o impacto na receita dos bancos deve chegar a R$ 110 bilhões. Segundo a empresa alemã, “novas ofertas integradas emergirão, aumentando a concorrência e dando ao cliente capacidade para escolher o interface, isto é, escolher como, onde e por quem quer ser servido”.

Além da concorrência de bancos digitais e plataformas de open banking no Brasil, a consultoria também aponta para a concorrência internacional como principal risco da implementação do sistema.

A consultoria ressalta que no Brasil os players financeiros travarão uma guerra em dois níveis: na experiência do cliente, ou seja, na ponta final da cadeia, e na "gestão da fábrica do produto", ou seja inovações desenvolvidas pelas entidades financeiras responsáveis pelos dados financeiros dos clientes.

Fases do Open Banking

A implementação total do Open Banking no país é dividida em quatro fases. A primeira, que começa em fevereiro vai permitir acesso aos clientes o acesso a dados de instituições participantes sobre canais de atendimento e produtos e serviços relacionados com contas de depósito à vista ou de poupança, contas de pagamento ou operações de crédito.

Depois, será permitido compartilhamento entre instituições participantes de informações de cadastro de clientes e de representantes além de dados de transações dos clientes relacionados aos produtos e serviços da fase 1.

Na terceira fase, o BC autoriza o compartilhamento do serviço de iniciação de transação de pagamento entre instituições participantes, além do serviço de encaminhamento de proposta de operação crédito entre instituição financeiras.

Finalmente, a quarta e última fase permitirá a expansão dos dados para abranger, entre outros, operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência. A implementação total está prevista para 15 de dezembro.

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