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Walter BarrosWalter Barros

‘Memecoin do bumbum’ dispara 585% e a volatilidade cerca o Bitcoin no ‘dia da libertação de Trump’

Mercado cripto caminha em linha, mas ETFs de Bitcoin recuam em sinal de cautela com expectativa do anúncio de ‘tarifaço’ pela Casa Branca.

‘Memecoin do bumbum’ dispara 585% e a volatilidade cerca o Bitcoin no ‘dia da libertação de Trump’
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Em linha, o mercado de criptomoedas representava um market cap de US$ 2,73 trilhões (+0,1%) na manhã desta quarta-feira (2), ocasião em que o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 85 mil (+0,9%) com dominância de mercado elevada a 61,8%, sentimento de medo dos investidores (29%) e a maioria das principais altcoins no vermelho, apesar da alta de até 585% de alguns tokens.

O gráfico de 24 horas do BTC indicava que o benchmark cripto se consolidou acima do suporte de US$ 84 mil no início da tarde de segunda-feira (1), após um fundo em US$ 82,6 mil. A recuperação se correlacionava com o avanço do S&P 500 e do Nasdaq, índices historicamente associados ao desempenho do BTC, encerrados respectivamente em 5.633,07 (+0,38%) e 17.449,89 pontos (+0,87%).

Esses movimentos sucederam a divulgação do relatório Jolts referente a fevereiro nos Estados Unidos pelo Bureau of Labor Statistics, o Departamento do Trabalho daquele país. De acordo com o órgão, o número de vagas de trabalho disponíveis no país recuou a 7,6 milhões ante 7,8 milhões em janeiro, enquanto o número de contratações se manteve em 5,4 milhões em meio ao recuo das demissões, 3,2 milhões ante 3,3 milhões.

Em um primeiro momento, o desempenho tímido dos números do Jolts pode favorecer mercados como o de criptomoedas porque diminuem as apostas de um arrocho na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), já que o aquecimento do mercado de trabalho é associado à inflação. 

Na mesma seara, a organização sem fins lucrativos ISM (Instituto Para a Gesta de Oferta, na sigla em inglês) divulgou o Índice de Gerente de Compras (PMI) da indústria, que mede o aquecimento manufatureiro na maior economia global. Segundo o ISM, o PMI recuou para 49 pontos em março ante 50,3 pontos em fevereiro. A perda de força da indústria também diminui a possibilidade de arrocho do Fed e pode favorecer mercados como o de criptomoedas, embora o patamar do PMI abaixo de 50 seja um sinal de alerta relacionado à recessão.

Apesar dos dados mornos do PMI e do Jolts, os investidores de criptomoedas precisam estar atentos à possibilidade de volatilidade pelos anúncios previstos para acontecerem nessa quarta na Casa Branca, no “dia da libertação”. O termo vem sendo utilizado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em referência ao dia 2 de abril. A data marca o possível início de uma guerra comercial de escala global pela esperada confirmação de novas tarifas alfandegárias decretadas pelo republicano, como a taxação em 25% de automóveis e autopeças de outros países e as tarifas recíprocas, que se juntam a outras cobranças de taxas, como as vinculadas ao alumínio e ao aço. 

O Volatility Index (VIX), calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, conhecido como índice do medo, encontrava-se avançado a 22,88 pontos (+2,7%) com um acumulado de 31% em cinco dias. Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin recuaram em líquidos US$ 157,64 milhões, enquanto os ETFs de Ethereum (ETH) recuaram em líquidos US$ 3,58 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue. 

O índice altseason, que mede o nível de rotação de capital para os principais tokens em capitalização de mercado, mantinha-se em 16 pontos. Nesse grupo de tokens, o IP derretia a US$ 4,12 (-11,4%), o FORM retornava a US$ 2,13 (-7,3%), o JASMY se retraía a US$ 0,010 (-7,4%), o PI era trocado por US$ 0,66 (-7%), o FET era trocado por US$ 0,45 (-5,3%), o CAKE valia US$ 1,85 (-5,2%), o RAY avançava a US$ 1,88 (+6,7%), o MKR pareava US$ 1.384,72 (+4,3%), o BONK avançava a US$ 0,000012 (+3,7%) e o SUI se equiparava a US$ 2,46 (+3%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o EOS era trocado por US$ 0,80 (+17%), o DEXE chegava a US$ 14,73 (+14,3%), o MEW orbitava US$ 0,0030 (+11,3%), o KEEP representava US$ 0,11 (+61,2%), o WHITE valia US$ 0,00076 (+28,4%), o ALCH era trocado por US$ 0,077 (+20,5%), o HIPPO estava precificado em US$ 0,,36 (+23%) e o SLND era trocado por US$ 0,34 (+24,4%).

Chamava a atenção a alta do BUTTCOIN, que era negociado por US$ 0,010 (+585%).

Gráfico de 24 horas do par BUTTOCOIN/USD. Fonte: CoinMarketCap

 A explosão da memecoin baseada em Solana, que faz um trocadilho com o Bitcoin e com a palavra “bumbum” em inglês, também era percebida pela alta a US$ 13,58 milhões em negociações em 24 horas (+2.292%) e US$ 10,1 milhões em market cap (1004ª colocação), movimento que sucedia o anúncio de listagem do BUTTCOIN em algumas exchanges globais.

No dia anterior, uma nova criptomoeda saltou 400% e o Bitcoin na mirava  catalisadores de volatilidade, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.