Embora a economia digital tenha feito os bancos tradicionais perderem espaço no mercado financeiro eles ainda são os preferidos pelos investidores nacionais quando o assunto é investimento.

Assim, segundo um levantamento feito pela empresa Toluna, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), 65% dos investidores nacionais preferem fazer suas aplicações financeiras em bancos e somente 35% preferem plataformas independentes como XP, EasyInvest entre outras.

O levantamento ouviu 628 investidores entre os dias 23 e 26 de fevereiro e revelou também que a confiança nos bancos vem aumentando enquanto nas plataformas de investimento está em queda.

Em entrevista ao jornal Valor, o professor William Eid, destacou que em geral, a solidez de grandes bancos costuma passar a impressão de maior confiabilidade aos clientes.

"Assessoria de massa dos bancos é melhor do que das plataformas", opina Eid, que vê os bancos lançando mão da digitalização como estratégia para fidelizar clientes ante a concorrência com plataformas e fintechs.

Bancos podem concorrer com exchanges de Bitcoin

Os dados da pesquisa da Toluna podem deixar exchanges de criptomoedas em alerta já que ao revelar que os brasileiros preferem os grandes bancos para realizar investimentos, caso eles entrem no mercado de criptoativos, isso pode representar uma grande concorrência no mercado.

E, embora no passado bancos oferecerem negociação de Bitcoin e criptomoedas pudesse parecer irreal, hoje isso está cada vez mais próximo e inclusive já há instituições nos EUA, Europa e Asia que oferecem este serviço.

No Brasil isto esta cada vez mais próximo também e conta inclusive com o 'incentivo' da Visa, a gigante mundial de pagamentos.

Segundo revelou Eduardo Abreu, vice-presidente de Novos Negócios da Visa do Brasil, a empresa já esta trabalhando na integração de criptoativos e instituições financeiras no Basil e a a primeira solução a ser disponibilizada será um conjunto de APIs voltados a bancos para que estes possam oferecer criptomoedas aos seus clientes.

Além disso, Abreu garantiu que até o final do ano a empresa também vai liberar operações de transferências internacionais pelo Visa B2B Connect que usa um sistema em blockchain.

Abreu também revelou que a empresa já está conversando com grandes bancos digitais no Brasil que podem aderir ao serviço e oferecer Bitcoin a seus clientes e embora não tenha revelado o nome das instituições, um levantamento do Cointelegraph revelou que no radar da empresa estão Nubank, Inter e C6.

"Primeiro, estamos conversando com os bancos mais digitais. Isso porque são os que têm mais perfil para esses clientes (de criptos)", revelou.

O executivo destacou que a integração da Visa com criptomoedas, via um conjunto de APIs, ocorre por meio de uma parceria com a Anchorage e já está em testes nos EUA com o First Boulevar, um banco digital que atua junto com a comunidade negra.

Desta forma o conjunto de APIs da Visa serve de ponte entre as instituições . 

“Até pouco tempo atrás, a criptomoeda era um tabu. Tinha uma relação distante como mercado financeiro. Mas isso está diminuindo, inclusive no Brasil”, disse Abreu.

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