Um projeto que prometia tokenizar uma fazenda de ouro no Brasil e, desta forma, pagar aos holder rendimentos por meio do processo de mineração do metal precioso vem sendo acusado de fraude e de sumir com o dinheiro dos investidores.

Segundo algumas denúncias encaminhadas ao Cointelegraph Brasil, a Fazenda Dois Irmãos, no município de Nova Aripuanã, no Amazonas, prometia ser uma cryptoproperty e, com isso, sua extensão territorial, bem como seus recursos seria tokenizados e, cada detentor dos tokens da fazenda, teria direito a parte da rentabilidade dos recursos gerados ali.

O projeto afirmava emitir 100 milhões de tokens Cryptau (AM1), construídos na blockchain do Ethereum (ETH), alegando que na fazenda, entre outros atividades, haveria a possibilidade comprovada de extração de ouro. Assim os detentores do token podem também ter direito às atividades de mineração, em caso da atividade ser iniciada nas terras.

A promessa acabou atraindo diversos investidores brasileiros que compraram o token AM1 na esperança de lucrar com o potencial exploratório da fazenda.

Contudo, segundo denúncia encaminhada ao Cointelegraph, a empresa responsável pelo projeto passou a destacar que não havia data para o início das atividades de exploração dos recursos da fazenda. 

De acordo com a Cryptau, isso teria ocorrido devido ao Governo Federal ter suspendido os trabalhos de liberação de novas áreas de mineração por conta da pandemia do coronavírus. Sem ter onde negociar as criptomoedas no mercado secundário, os investidores buscaram junto à empresa reaver o dinheiro investido, porém só receberam promessas.

Empresa acusada de golpe

Investidores relataram ao Cointelegraph que a empresa topou devolver o dinheiro investido e prometeu que os pagamentos seriam feitos em maio deste ano. Contudo quando a data do pagamento chegou o compromisso não foi honrado e uma nova data para pagamento foi proposta em agosto.

"INFELIZMENTE um novo evento acontecera e todas as pessoas juntas serão ressarcidas, mas por isso, como demanda maior valor, então não foi possível para o mês de maio, ficando para o mês de agosto/21, isso foi necessário para viabilizar as condições da administração financeira da empresa", afirmou a Cryptau em email encaminhado aos clientes.

Segundo a Cryptau a empresa teria sido vítima de um golpe imobiliário e comprado uma fazenda que já tinha dono.

"Lamentavelmente, a empresa que tem em seu nome legitimamente a titularidade do imóvel, fora surpreendida com a negativa de órgão estatal para ajustes regulatórios, deixando claro que o documento que a empresa possui, não podia existir, sendo objeto de fraudadores que criaram e registraram o documento para posteriormente transmitir à Cryptau. Por este motivo, a Cryptau vítima da situação, perdeu o imóvel e tem que devolver a todos os investidores, os valores que cada um havia confiadamente aportado no projeto", alegou.

No entanto, quando chegou agosto novamente a empresa não honrou os compromissos e parou de atender os investidores tanto por e-mail, como telefone e também via redes sociais. O Cointelegraph procurou a empresa mas também não obteve resposta até a publicação do texto.

Agora, sem o dinheiro investido na empresa e de posse de uma criptomoeda sem valor, os investidores afirmam que devem buscar na justiça uma forma de reaver seus valores.

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