Primeira assessoria de investimentos brasileira com suporte de inteligência artificial (IA), a Reinvent chega ao mercado se propondo a aliar os recursos da nova tecnologia emergente à experiência humana para criar estratégias de investimento personalizadas para seus clientes.

Rejeitando os modelos de assessoria financeira baseados em IA com mínima interferência humana, a empresa fundada por Laio Santos, ex-CEO do Grupo Rico, se propõe a reduzir a burocracia que envolve as decisões de investimento.

Com base em sua experiência no setor, o fundador e CEO da Reinvent estima que um assessor de investimentos dedica cerca de 70% do seu tempo à leitura e ao cruzamento de dados para encontrar as melhores oportunidades no mercado.

A automatização desses processos com ferramentas de IA resulta em ganhos de eficiência e produtividade, permitindo que os assessores aumentem a sua base de clientes e dediquem mais tempo ao relacionamento interpessoal com cada um deles.

Para os assessores de investimento, os benefícios se traduzem em números. Sem o auxílio de IA, um profissional tem, hoje, a capacidade de atender de 80 a 100 clientes. Com a adoção de recursos de IA, a Reinvent estima que este número pode triplicar, chegando a 300.

Do lado dos investidores, a IA ajuda a democratizar o acesso de um público mais amplo aos serviços de assessoria financeira, afirmou Santos à reportagem do NeoFeed:

"A tecnologia viabiliza um atendimento privado, mais próximo e personalizado para clientes não milionários."

A Reinvent iniciou suas operações há menos de um mês, contando com um assessor de investimento, 100 clientes e R$ 30 milhões sob custódia. Interessados podem entrar na lista de espera disponível no site da empresa para ter acesso ao serviço.

Atualmente, há cerca de 200 interessados, e o tempo médio de liberação tem sido de uma semana para cada 10 novos clientes. A Reinvent está vinculada à XP Investimentos e tem dois ex-executivos da empresa como sócios – Luis Souza e Heucles Pelegia.

A meta inicial da Reinvent é chegar a 1.000 clientes, atingindo a marca de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões sob gestão, até o final deste ano. Para isso, dois novos assessores seriam incorporados à equipe.

O investimento mínimo para potenciais clientes é de R$ 100 mil, e a taxa de administração é de  0,7%, evitando que assessores recebam comissões pela adesão de clientes a determinados produtos. O modelo visa evitar que haja conflitos de interesse entre as partes.

A proposta da Reinvent é focar no longo prazo, estabelecendo uma relação de confiança com os clientes. Uma vez que a XP oferece produtos de investimento em criptomoedas, existe a possibilidade de que os clientes da Reinvent incluam ativos digitais em seus portfólios.

Capital de risco está investido na Reinvent

A Reinvent levantou R$ 1 milhão em uma rodada de financiamento semente liderada pela gestora de capital de risco Canary. Uma nova rodada de captação de recursos será realizada até o final do ano, afirmou Santos ao NeoFeed.

O desenvolvimento da IA no Brasil tem sido um assunto recorrente em discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o início deste ano. Na semana passada, Lula pressionou os cientistas brasileiros a desenvolverem modelos de IA brasileiros, que priorizem o uso de dados em língua portuguesa.

No entanto, conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o marco regulatório de IA em tramitação no Senado contém uma série de obrigações aos agentes da cadeia produtiva que dificultam potenciais inovações no setor.