Entre os dias 9 de setembro e 15 de outubro, a Solana realiza o hackathon Hyperdrive, com até R$ 5 milhões em prêmios e capital semente aos times vencedores. Na edição deste ano, o apoio aos brasileiros interessados em participar recebeu reforço da comunidade de desenvolvedores WEB3DEV. Daniel Cukier, fundador da WEB3DEV, conta ao Cointelegraph Brasil como tem sido a iniciativa para embarcar mais brasileiros no hackathon.
Impulsionando a presença brasileira
O Hyperdrive conta com sete trilhas diferentes para participação: Aplicativos para Consumidor, DeFi & Pagamentos, Inteligência Artificial, Infraestrutura Física Descentralizada, Video Games & Entretenimento, Infraestrutura para Cripto, e DAOs & Comunidades.
Em conversa com o Cointelegraph Brasil durante o Blockchain Rio, evento realizado no Rio de Janeiro entre os dias 12 e 14 de setembro, Daniel Cukier conta que brasileiros receberão apoio através de diferentes formas nesta edição. A iniciativa é uma parceria entre a Fundação Solana e a comunidade brasileira WEB3DEV.
“Nós estamos estimulando as pessoas a participarem do hackathon e criarem seus projetos, dando a infraestrutura que eles precisam. Por exemplo, nós temos um servidor dedicado à formação de time, para participantes encontrarem parceiros, e os desenvolvedores que formamos na WEB3DEV, com experiência em construir aplicações em Solana, também estão dando suporte técnico aos participantes”, explica Cukier.
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Além disso, os participantes brasileiros contarão também com mentorias, focadas em auxiliar na construção de pitch, no desenvolvimento de uma boa apresentação e na escolha de um bom modelo de negócios.
“Nós também estamos com workshops presenciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e, possivelmente, Belo Horizonte. O hackathon online tem esse problema, sempre existem pessoas soltas aqui e ali. Por isso também estamos trabalhando em networking, para conectar esses participantes”, acrescenta Cukier.
Cada uma das sete trilhas do Hyperdrive terá cinco vencedores, classificados do primeiro ao quinto lugar, que receberão o total de US$ 80 mil em prêmios. Os vencedores também terão como prêmio a oportunidade de apresentar seus projetos a potenciais investidores em um Demo Day online.
Outros prêmios incluem:
- O Grande Campeão receberá US$ 50 mil em USDC e três passes para Breakpoint, a conferência anual da Solana em Amsterdã, onde a equipe terá a oportunidade de apresentar seu projeto à comunidade global da Solana;
- O Prêmio Universitário de US$ 20 mil em USDC concedido à melhor equipe de estudantes;
- O Prêmio Bens Públicos de US$ 20 mil em USDC concedido à equipe que criar o melhor projeto usando tecnologia de código aberto que beneficia todo o ecossistema;
- O Prêmio Meio Ambiente de US$ 5 mil em USDC para o melhor projeto que promove soluções ecológicas.
Colocando o Brasil no mapa
Sobre o empenho específico no ecossistema Solana, Cukier afirma que não tem preferência quando se trata de blockchains. O objetivo, destaca, é fomentar a educação sobre diferentes projetos para devs brasileiros.
“Nas blockchains públicas mais importantes, nós não temos uma presença forte de representantes da América Latina. Então, ninguém quer fazer algo na região, pela suposta falta de interesse aqui. Aí vira um problema de galinha e ovo: ninguém quer construir aqui porque não tem interesse, e ninguém se interessa porque não há construção aqui”, avalia.
Os esforços educacionais da WEB3DEV para familiarizar os brasileiros com o ecossistema Solana não foram iniciados nesse hackathon. Cukier conta que, no fim de 2022, ficou surpreso com o fato de não conhecer desenvolvedores com experiência em Solana no Brasil.
“Nossa comunidade estava com 7 mil devs e pensei: ‘eu não conheço um dev de Solana’. Conheci o Diego [Head de Parcerias e Crescimento da Fundação Solana na América Latina] no ano passado e sugeri fazermos a Solana bombar no Brasil”, conta o fundador da WEB3DEV.
O grant, que é um programa de incentivo comumente usado no mercado de criptomoedas, foi utilizado pela comunidade de desenvolvedores para criar conteúdos em português sobre Solana. “Porque não tinha dev, mas também não tinha nada em português, então Solana não era um assunto acessível para devs brasileiros”, acrescenta Cukier.
A parceria entre Fundação Solana e WEB3DEV para embarcar brasileiros no Hyperdrive, portanto, vem de uma relação que já dura quase um ano.
“Mais importante do que levar participantes para aprender, e talvez até ganhar um prêmio, é colocar o Brasil no mapa da Solana. E nós estamos colocando mesmo. Na edição do ano passado, o número de brasileiros era quase inexistente. Nesse ano, já estamos em quarto lugar no número de inscrições. O importante é colocar o Brasil no mapa”, conclui.
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