Jair Bolsonaro revogou em abril de 2020 o uso da tecnologia blockchain para o rastreio de armas e munições pelo Exército brasileiro. Segundo mensagem do filho do presidente no Twitter, Eduardo Bolsonaro, as Portarias Colog nº 46,60 e 61 dificultavam a exportação de armamentos no Brasil.

No entanto, essas mesmas portarias criavam um rígido controle no uso de armamentos  e munições como os fuzis que foram usados no roubo ao banco de Criciúma - SC e Cametá - PA, por exemplo.

De acordo com a Revista Fórum, “a revogação de rastreamento de armas por Bolsonaro favorece assaltos como o de Criciúma”. Com o decreto do presidente do Brasil de abril, desde então o Exército brasileiro foi impedido de rastrear armamentos utilizando a tecnologia blockchain.

Tecnologia blockchain como aliada

A tecnologia blockchain foi anunciada como aliada no controle do rastreamento de Produtos Controlados pelo Exército (PCE) em março de 2020. O uso dessa tecnologia foi aprovado através de portarias do Comando Logístico (Colog), que posteriormente foram revogadas por Jair Bolsonaro.

Sendo assim, o uso da tecnologia blockchain no rastreamento de armas e munições permitiria um controle de grande parte do armamento que fosse comercializado e ou importado para o Brasil.

Até então, a tecnologia blockchain seria incorporada ao Sistema Nacional de Rastreamento de Produtos Controlado pelo Exército (SisNaR) e foi aprovada pelas Portarias Colog nº 46,60 e 61.

Porém, para o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o sistema de controle de armamento poderia atrapalhar a importação de armas e munições. Logo após a revogação do presidente, ele defendeu a medida nas redes sociais:

“Atiradores sempre apoiaram Bolsonaro para que tenhamos pela primeira vez um presidente não desarmamentista. É inadmissível que o Colog faça portarias restringindo a importação.”

Revogação de presidente atrapalha investigações

O controle de armas e munições no Brasil poderia ser feito a partir do uso da blockchain, mas Jair Bolsonaro decidiu revogar as portarias que aprovaram um sistema de controle com essa tecnologia.

Como efeito disso, crimes como o de Criciúma - SC são favorecidos pela falta de rastreamento de armas e munições revogado por Bolsonaro. Segundo investigação sobre o caso, a quadrilha que assaltou o banco utilizou munições que podem derrubar helicópteros.

Com o uso da tecnologia blockchain, essas munições poderiam ter algum tipo de rastreio. Antes mesmo de o roubo ao banco acontecer, o membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Ivan Marques, advertiu sobre a revogação da portaria.

“Ao derrubar essa portaria, derrubou o sistema. Com uma canetada, impediu que o Exército brasileiro rastreie armas e munições. Bolsonaro derrubou todas as regras que determinam a marcação de munições e cartuchos, inclusive de itens nacionais. Isso vai atrapalhar os trabalhos de investigação.”

Roubo ao banco em Criciúma - SC

A cidade de Criciúma - SC vivenciou momentos de terror na noite da última segunda-feira (30). Cerca de 30 bandidos fortemente armados adentraram a cidade para roubar o cofre do Banco do Brasil.

Com armas que podiam derrubar um helicóptero, a quadrilha atacou a polícia e usou funcionários da prefeitura como reféns, bloqueando o acesso em ruas de Criciúma - SC.

Até então, nove pessoas foram presas pela polícia por envolvimento no roubo ao banco que pode ter causado um prejuízo de R$ 40 milhões. Além dos criminosos que pertencem a quadrilha, quatro moradores de Criciúma foram presos por recolherem R$ 810 mil em dinheiro, que foi deixado pelos criminosos.

Logo após o roubo em Criciúma, outro crime do mesmo tipo aconteceu em Cametá, no interior do Pará. Os criminosos usaram explosivos para invadir uma agência do Banco do Brasil.

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