O Bitcoin pode voltar a testar faixas de suporte abaixo do nível psicológico crítico de US$ 100.000, alerta Arthur Driessen, analista da Crypto Investidor.

O preço do Bitcoin (BTC) quebrou o suporte de US$ 100.000 no domingo, 22 de junho, ao atingir mínimas locais de US$ 98.200 na esteira do ataque do exército americano ao Irã.

O envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio, no entanto, não afetou significativamente a resiliência que o Bitcoin vem demonstrando desde o início dos ataques. A maior criptomoeda do mercado consolidou o fechamento semanal acima de US$ 100.000 e abriu a semana em alta de 4,5% nesta segunda-feira, 23, de acordo com dados da CoinGecko.

Apesar dos temores de alta no preço do petróleo devido a uma possível retaliação do Irã ao ataque dos Estados Unidos no fim de semana, a cotação da commodity se manteve estável na abertura dos mercados.

“Apenas uma hora após a abertura do mercado de petróleo, a alta nos preços foi quase completamente apagada", afirmou o perfil de análise econômica The Kobeissi Letter no X, acrescentando que os preços subiram “apenas 0,5% após o bombardeio americano ao Irã.”

Segundo a análise, o mercado está descartando uma potencial escalada do conflito em nível global, além de rejeitar temores de que a alta do petróleo possa pressionar a inflação nos EUA.

A divulgação dos dados de despesas de consumo pessoal (PCE), indicador preferencial do Banco Central dos EUA (Fed) para medir a inflação, oferecerá uma perspectiva mais clara sobre possíveis cortes de juros nos EUA.

Especialmente porque o aumento das tensões geopolíticas ocorre em um momento em que a economia americana dá claros sinais de desaceleração, conforme destacou o boletim semanal de mercado da gestora de ativos digitais QR Asset Management:

“Em meio às manchetes dominadas pelo conflito, vale lembrar que, na semana passada, os dados de vendas no varejo americano vieram significativamente abaixo das expectativas, com queda de 0,9% frente à estimativa de -0,6%. O consumo, que representa cerca de 70% do PIB dos EUA, sente os efeitos do aperto de condições financeiras e das tarifas implementadas pelo próprio governo Trump.”

Indiferentes às incertezas sobre a inflação e a saúde da economia americana, dados da FedWatch Tool da Bolsa Mercantil de Chicago (CME) apontam 22,7% de chances de cortes de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), em julho, e 83,1% na reunião de setembro.

Análise de preço do Bitcoin

Apesar da retomada de níveis superiores aos US$ 100.000 após a queda no fim de semana motivada pelo ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã, o Bitcoin tende a testar níveis de suporte próximos aos US$ 90.000, segundo Arthur Driessen.

“Ao perder o fundo dos US$ 100.000, o preço do Bitcoin confirmou sua onda C (em vermelho no gráfico abaixo), que pode se estender até seu principal suporte em US$ 90.000”, afirma Driessen, em análise para o Cointelegraph Brasil.

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Gráfico diário anotado BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor

Para a invalidação da tendência de baixa momentânea, o preço do Bitcoin precisa romper os US$ 110.000, segundo o analista.

Independentemente da tendência de curto prazo, o próximo movimento de alta do Bitcoin terá como alvo a região de US$ 180.000 a US$ 200.000, segundo Driessen. O analista projeta ainda que o preço do Bitcoin possa superar os US$ 350.000 no topo do atual ciclo de alta das criptomoedas.

A queda recente no mercado de criptomoedas não diminuiu o apetite dos investidores institucionais pelo setor. Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil, os fundos de investimento em criptomoedas registraram US$ 1,2 bilhão em aportes na última semana, de acordo com dados da CoinShares.