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Walter BarrosWalter Barros

Bitcoin mira US$ 78 mil enquanto prepara capote no ouro, dizem especialistas

BTC se movimenta em direção oposta ao metal precioso e corre o risco de mais queda, mas a história pode mudar.

Bitcoin mira US$ 78 mil enquanto prepara capote no ouro, dizem especialistas
Análise de mercado

Resumo da notícia:

  • Clusters de liquidez se formam em US$ 78 mil e sugerem mais retração do BTC.

  • Queda também reflete aversão ao risco, perceptível pela valorização do ouro.

  • Bitcoin pode dar capote no metal precioso já no início de 2026.

O Bitcoin (BTC) pode testar suportes na região de US$ 78 mil, retração que também reflete incertezas macroeconômicas, segundo análises desta semana de especialistas em criptomoedas.

No X, Ted Pillows expressou preocupação com a eventual perda da faixa atual ao apontar clusters de liquidez na região de US$ 78 mil e acrescentar que:

O Bitcoin está agora testando novamente sua zona de suporte de US$ 85.000 a US$ 86.000. Se o Bitcoin perder esse nível, espere uma nova queda em relação às mínimas de novembro.

Benjamin Cowen também apontou mínimas nessa região, antes de uma eventual recuperação do Bitcoin.

Acredito que poderemos ver o #Bitcoin superar a mínima anterior antes de qualquer recuperação significativa, observou o especialista.

Michaël van de Poppe, por sua vez, salientou que a retração do BTC nos últimos períodos apontou que o rei das criptomoedas cedeu espaço para o ouro por causa do FUD (medo, incerteza e dúvida) dos investidores com a macroeconomia, apesar da ocorrência de outros catalisadores de baixa nos últimos dias, não mencionados por ele. Entre eles o aumento da taxa de juros no Japão e o consequente aumento de saques em Bitcoin para pagamento de dívidas em iene, por causa da interferência em operações de carry trade.

Para mim, o ouro está entrando em uma área crucial. Acredito que ele teve uma forte valorização nos mercados, o que é ótimo para todos os investidores. No entanto, o fato de o ouro ter demonstrado essa força não é um bom sinal para a economia em geral. É um sinal de que algo está se deteriorando e indica uma forte aversão ao risco, salientou o especialista em postagem no X.

Ele também sugeriu que o BTC pode testar resistências mais baixas, em decorrência de novos picos do outro em dezembro e janeiro. Por outro lado, o contrário deve acontecer no curto prazo, pela queda do outro e ascensão do Bitcoin, segundo ele.

No caso da possível correção do metal precioso, Michaël van de Poppe destacou que “o teste da máxima histórica provavelmente está atraindo muita liquidez. Dado o grande número de eventos desta semana, não me surpreenderia se víssemos essa alta e o teste da máxima”, levando a um aumento significativo da liquidez nas posições compradas (longs).

Estou interessado em ver o que acontecerá com o ouro quando cair abaixo de US$ 4.200 e se haverá um efeito cascata, já que todos estão com posições compradas em ouro no momento, finalizou.

Cenário

O tombo do Bitcoin com a saída de capital líquido do mercado de criptomoedas acontecia na esteira do aumento de aversão ao risco e coincidia a retração de índices acionários aos quais o BTC historicamente se associa. Nesse caso, o S&P 500 e o Nasdaq encerraram o pregão anterior em respectivos 6.816,51 (-0,16%) e 23.057,41 pontos (-0,59%). A baixa se relacionava com as preocupações referentes à inteligência artificial (IA) e foi capitaneada pela desvalorização dos papéis da fabricante de chips Broadcom (-5,59%) e pela big tech de infraestrutura em nuvem a aplicações empresariais Oracle (-2,66%).

Na mesma direção, os holofotes dos investidores miravam outro possível catalisador de volatilidade nessa terça-feira, que pode resvalar no preço do Bitcoin e na pressão de compra ou venda de criptomoedas. No caso, a divulgação do número de folhas de pagamento não agrícolas de novembro dos Estados Unidos (payroll) pelo Departamento do Trabalho daquele país. Isso porque os últimos dados mostraram recuo em novas contratações, combinado com resiliência da inflação, cenário adverso a mercados como o de criptomoedas.

Ao apontar os possíveis alvos para o Bitcoin em 2026, o analista brasileiro Diego Pohl avaliou esta semana que a manutenção do suporte na região de US$ 80.000 é essencial para preservar chances de retomada da alta do preço do BTC, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.