Resumo da notícia:
O fechamento mensal de dezembro é decisivo para o preço do Bitcoin.
Apesar da correção de 30% desde a máxima histórica, a estrutura macro de alta permanece intacta.
A manutenção do suporte de US$ 80.000 é vital para preservar a tendência de alta para 2026.
O fechamento de dezembro, que consolidará o desempenho do Bitcoin em 2025, será decisivo para definir o próximo movimento do preço do criptoativo, afirma Diego Pohl, analista da Crypto Investidor. Apesar de estar sendo negociado 30% abaixo da máxima histórica de US$ 126.000, registrada em 6 de outubro, a estrutura de alta do Bitcoin (BTC) permanece intacta, segundo Pohl.
Com uma queda de 2,4%, o Bitcoin voltou a perder o suporte de US$ 90.000 no fechamento semanal, no domingo, 14 de dezembro. A semana, que confirmou o corte de 0,25% na taxa de juros nos Estados Unidos, foi marcada por uma nova rejeição do preço do Bitcoin na resistência logo abaixo dos US$ 95.000.
Foi a quinta tentativa frustrada dos touros do Bitcoin de retomar a tendência de alta em quatro semanas, fazendo com que o sentimento do mercado permaneça em território negativo.
O tom cauteloso do presidente do Banco Central dos EUA (Fed), Jerome Powell, e a divergência entre os integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) ao tomar a decisão pelo corte foram insuficientes para devolver a confiança aos investidores, ainda que o S&P 500 tenha fechado a semana em alta de 0,3%, próximo a suas máximas históricas, e o Nasdaq tenha acumulado ganhos de 1%.
“A decisão, embora amplamente antecipada, chamou atenção pelo grau de divergência interna: três votos dissidentes, o maior nível de fragmentação no FOMC desde 2019”, destacou Murilo Cortina, diretor de novos negócios da QR Asset, no boletim semanal de análise de mercado da gestora.
Powell projetou apenas um corte de juros em 2026 diante de um cenário desafiador: enquanto o mercado de trabalho enfraquece, a inflação se mantém resiliente, tornando incompatíveis os objetivos do Fed de conter os preços e, ao mesmo tempo, estimular a economia.
Os criptoativos mais uma vez se mostraram sensíveis aos humores do mercado, mantendo correlação estreita com os índices de ações dos EUA, especialmente em momentos de queda e aumento da aversão ao risco.
Cortina avalia que os últimos dias de 2025 podem registrar novos surtos de volatilidade no mercado devido à redução na liquidez e às “incertezas que ainda pairam sobre o setor de tecnologia, o ritmo do ciclo de cortes de juros nos EUA e a própria transição de expectativas para 2026.”
Análise de preço do Bitcoin
Apesar do preço em declínio desde as máximas de outubro, a estrutura de alta do Bitcoin permanece intacta no gráfico mensal enquanto o suporte de US$ 80.000 for mantido, afirma Diego Pohl, da Crypto Investidor.
Segundo o analista, essa faixa de preço “vem funcionando como base estrutural do viés de alta, servindo como ponto de defesa dos compradores”, conforme delineado no gráfico abaixo.
Um fechamento abaixo dessa faixa em dezembro possivelmente implicaria uma correção mais forte, “com potencial de buscar como próximos alvos a região entre US$ 74.000 a US$ 70.000”, afirma Pohl.
Uma queda até os US$ 60.000 não pode ser descartada, por se tratar de uma região de “reset”, onde o mercado tende a encontrar um fundo e inaugurar um novo equilíbrio entre compradores e vendedores.
Para Pohl, a manutenção do preço do Bitcoin acima dos US$ 80.000 já configura um cenário positivo, pois “aumenta significativamente as chances de continuidade da tendência de alta macro”:
“Isso abre espaço para que o Bitcoin busque como alvo a região entre US$ 100.000 e US$ 110.000, faixa onde se concentram resistências importantes no gráfico de longo prazo.”
Entusiasta do Bitcoin como ativo de proteção, o analista macroeconômico Luke Gromen expressou sua decepção com o desempenho do Bitcoin em 2025 e projetou uma possível queda até os US$ 40.000 no próximo ano.
Como potenciais catalisadores de baixa, Gromen observou que o preço do Bitcoin vem se depreciando em relação ao ouro e ao dólar, e também expressou preocupação com os riscos da “ameaça quântica” em um horizonte de médio prazo.
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