O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estuda editar uma ordem executiva para liberar investimentos em Bitcoin, ouro e private equity por fundos de pensão americanos, segundo reportagem do Financial Times.

Caso implementada, a medida abriria um mercado de cerca de US$ 9 trilhões para esses ativos alternativos dentro dos planos de previdência 401(k).

Segundo Rafaela Romano, analista e fundadora da SecondB, a iniciativa do presidente americano é reflexo de um movimento global mais amplo que pode impulsionar o preço do Bitcoin acima dos US$ 500.000 nos próximos anos.

Rafaela estimou o potencial impacto da adoção global de Bitcoin (BTC) por fundos de pensão em diferentes cenários e concluiu que, excluindo quaisquer outros catalisadores, essa nova fonte de liquidez pode elevar o preço do criptoativo além dos US$ 500.000. Essas instituições possuíam US$ 58,5 trilhões sob gestão no final de 2024.

Em seus cálculos, a analista considerou também a possível adoção de Bitcoin por fundos soberanos, que em 2023 detinham US$ 13,2 trilhões em ativos sob gestão. Somados, fundos soberanos e de pensão possuem US$ 71,7 trilhões.

“Isso provavelmente é o VEREDITO para o BTC ir muito além dos US$ 200.000 – e quem sabe de US$ 1 milhão – nos próximos anos e eu vou TE PROVAR COM NÚMEROS!", escreveu a analista em uma thread no X.

Rafaela levou em conta três critérios para avaliar as perspectivas de potenciais alocações desses fundos em Bitcoin: abordagem pró-cripto, evidências de investimento e regulamentação favorável.

Considerando apenas os fundos que se enquadram em todos os critérios, a analista estimou que uma alocação mínima de 1% associada a um efeito multiplicador de três vezes já seria suficiente para elevar o preço do Bitcoin à faixa dos US$ 200.000.

O efeito multiplicador do capital realizado do Bitcoin é uma métrica que calcula o impacto de cada dólar investido sobre a capitalização de mercado do criptoativo. Ao agregar indicadores on-chain, como capital realizado e fluxos de entrada de capital no mercado, o efeito multiplicador revela como a nova demanda se converte em valorização para o Bitcoin.

Rafaela observa que, no ciclo de alta atual, o efeito multiplicador variou entre 0,5 e 8,2, situando-se na maior parte do tempo entre 1,8 e 4. Daí a opção por traçar potenciais cenários considerando um efeito de três vezes.

Impacto da nova liquidez sobre o preço do Bitcoin

Em um cenário extremamente otimista, uma alocação de 5% dos US$ 51 trilhões disponíveis para investimento poderia levar o Bitcoin a superar US$ 500.000. Sob uma perspectiva mais moderada, com influxos de 3%, o preço chegaria a US$ 360.000.

Já em um cenário bastante pessimista, com aportes de apenas 0,1%, o impacto seria mínimo, levando o Bitcoin a superar apenas levemente a máxima histórica atual de US$ 123.000.

Rafaela destaca ainda que fundos de pensão e soberanos registraram aumento expressivo no patrimônio líquido na última década. Especialmente os fundos soberanos, cujos ativos sob gestão quase dobraram no período.

Segundo a analista, esse crescimento contínuo sugere que essas instituições precisarão investir em ativos com potencial de ampliação de retornos, criando uma demanda estrutural por ativos como o Bitcoin.

Mesmo investimentos mínimos — de 0,5% a 2% — representariam centenas de bilhões de dólares em nova liquidez fluindo para o Bitcoin. Para um ativo de oferta limitada, esse volume de capital poderia intensificar o efeito multiplicador, promovendo uma valorização acelerada no curto prazo e sustentada no longo prazo, conclui Rafaela.

Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil, o maior fundo de pensão do mundo já manifestou intenção de diversificar seus investimentos com Bitcoin. Em dezembro de 2023, o Fundo de Investimento de Pensão do Governo Japonês possuía US$ 1,54 trilhão em ativos sob gestão.

Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem realizar sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.