O Deputado Estadual de Pernambuco, João Paulo Lima e Silva (PCdoB) destacou que o Bitcoin desafia a existência dos bancos e que, com o avanço da tecnologia, guardar dinheiro perdeu relevância e se tornou uma commodity, segundo discurso proferido no Plenário da Assembléia Legislativa do Estado em 4 de março.
"A idéia de acabar com os bancos vêm adquirindo volume (...) as moedas digitais ou criptomoedas estão prestes a desafiar a existência dos bancos e, conforme relata Jonathan McMillan em seu livro 'Fim dos bancos', com a evolução da tecnologia, guardar o dinheiro perdeu a relevância, se tornou uma commodity. Hoje você se preocupa muito mais com a possibilidade de pagar qualquer coisa com um cartão de débito ou crédito, sem precisar tirar o dinheiro do banco. Isso pode tornar este tipo de instituição desnecessária. Veja O Nubank, ele presta um serviço que antes era exclusivo dos bancos sem exigir que o cliente tenha sequer uma conta corrente", disse.
O Deputado usou o Bitcoin em seu discurso sobre Bancos, empregos e a revolução 4.0, argumentando ainda que a tecnologia vai reduzir empregos no setor financeiro.
Segundo Silva, mais de 70 milhões de pessoas ficaram desempregadas devido ao uso e implementação de novas tecnologias nas finanças, como blockchain, criptomoedas, inteligência artificial entre outros.
"Um mundo inteiramente automatizado com milhões de pessoas à margem, sem trabalho e sem capacidade de consumo", destacou.
O deputado argumentou como exemplo desta revolução digital o Banco Santander que, segundo ele, a partir de 2021 não deverá mais contar com a figura de um atendente de caixa humano como ocorre hoje, "sem questionar as dores e sacrifícios desse processo e sem a reflexão mais refinada sobre o futuro de seus próprios negócios", afirmou.
"Falta-nos, no entanto, obter mais respostas para o grande desafio de conciliar a automação e a sobrevivência da espécie humana em condições dignas. Por enquanto, por parte das empresas, só resta o discurso de que as pessoas devem se 'reabilitar a um mundo diferente', precisam 'desconstruir' a necessidade de ser atendido por pessoas - um discurso unicamente ao consumidor, sem levar em conta a quem prestarão serviços num planeta de desempregado (...) (este modelo) tende a desfazer o poder de compra, especificamente entre os mais pobres, mas também em uma classe média lotada de profissionais que se tornarão obsoletos diante das novas tecnologias', finalizou.
Como noticiou o Cointelegraph, corroborando as palavras do Deputado de que as fintechs estão oferecendo serviços financeiro que antes eram de exclusividade de grandes empresas a startup Love Crypto, criada por estudantes do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), lançou no ano passado a versão beta de seu aplicativo que permite aos usuários serem remunerados em stablecoins ou criptomoedas para realizar atividades para empresas como assistir a vídeos, responder a pesquisas, dar feedback sobre produtos ou compartilhar em suas redes sociais.
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