A estrategista de macroinvestimentos de Wall Street, Lyn Alden disse acreditar ser possível que o preço do Bitcoin (BTC) retroceda cerca de 85% e volte ao patamar de US$ 20 mil.
No entanto, ela destaca que para isso acontecer uma sequência de eventos 'negativos' deve ocorrer, como um aperto pelo FED no mercado de crédito, o que poderia reduzir a liquidez dos mercados de capitais e, consequentemente, afetar as criptomoedas.
“Eu acho que se você tiver um evento de liquidez, se você tiver um congelamento dos mercados de crédito, se você tiver algum tipo de evento importante como esse, eu poderia ver um Bitcoin cair. Acho que, exceto isso, ficaria um pouco surpresa ao ver um nível sustentado abaixo de US$ 20.000.” disse.
Ainda segundo ela, embora esta queda brusca no preço do Bitcoin esteja relacionada a um evento macroeconômico, ela não descarta a chance de um retrocesso abaixo de US$ 20 mil.
“Eu ficaria um pouco surpresa ao ver uma impressão abaixo de 20.000. Mas não descarto como opção. Uma maneira que eu descreveria é que o Bitcoin teve essas quedas de 85% no passado, mas também teve grandes estouros no passado", apontou.
Ela porém afirma que agora o mercado de criptomoedas está mais maduro e grandes oscilações de valor para baixo tendem a ser menos extremas.
"Basicamente, o mercado, eu acho, está mais maduro, então eu ficaria um pouco surpresa ao ver uma impressão de US$ 20.000, mas não descarto a chance”, finalizou.
Investidores institucionais e mineradores
Já segundo uma análise da Passfolio, um ponto interessante observado por James Seyffart, analista da Bloomberg, é que o GBTC (um fundo fiduciário com exposição direta ao Bitcoin) está “negociando com um grande desconto em torno de 26,3%”. Isso significa que, se o fundo se tornar um ETF, ele dará um retorno imediato de 36%.
Isso ocorre, segundo a empresa, devido a uma diferença fundamental entre fundos como GBTC e ETFs. Os ETFs têm o mecanismo de criação e resgate de ações para ajustar a demanda. No entanto, os trusts não podem usar esse mecanismo e, se houver muitas ações e demanda insuficiente, pode ocorrer um desconto no preço.
"É claro que a mera existência desta lacuna não é motivo para investir, pois não há garantia de que ela não ficará ainda pior. No entanto, Seyffart chama isso de “uma aposta alavancada na aprovação do ETF de Bitcoin à vista”, e deve ser interessante observar o comportamento dos preços do trust nos próximos meses", aponta.
Sobre o preço do Bitcoin, o Crypto Fear & Greed Index ainda está em “extreme fear”, com uma pontuação de 13, abaixo dos 22 da semana passada, e perto dos mínimos históricos. A semana foi desafiadora para os mineradores, pois a dificuldade está alta como nunca esteve e o preço do Bitcoin está se aproximando do custo de produção de US$ 34 mil.
Preço do Bitcoin
Essa combinação de fatores, segundo a Passfolio, pode desencadear uma venda maciça por parte das mineradoras, o que reduziria ainda mais o preço. No entanto, o analista Will Clemente apontou que “os juros em aberto ainda não aumentaram”, o que significa que os traders de derivativos ainda estão apostando contra a tendência de baixa.
A análise técnica de William Suberg mostra que há um leve alívio no Relative Strength Index (RSI), que está em seus níveis mais baixos desde março de 2020 e “abaixo da zona de sobrevenda clássica”.
Além disso, a empresa aponta que a Blackrock, uma empresa que gerencia mais de US$ 10 trilhões em ativos, deu mais um passo em direção à adoção de criptomoedas. De acordo com um pedido protocolado na sexta-feira, a empresa planeja lançar um ETF de “blockchain e tecnologia” que “acompanhará os resultados de investimento do NYSE FactSet Global Blockchain Technologies Index”.
O índice é composto por empresas envolvidas na mineração de criptomoedas, trading e blockchain em geral.
“Esta não é a primeira vez que a Blackrock menciona o Bitcoin - no ano passado, a empresa alterou o prospecto de seu fundo BSIIX para permitir o investimento em futuros de Bitcoin. No entanto, este novo lançamento mostra o quão seriamente cripto e blockchain devem ser levados, e o tamanho potencial que este mercado pode alcançar quando as finanças tradicionais o adotam totalmente”, diz David Gobaud, fundador e CEO da Passfolio.
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