Mark Zuckerberg, do Facebook, está em Washington para se reunir com parlamentares para discutir questões regulatórias da Internet, como privacidade, concorrência e manipulação de conteúdo político.

Conforme observado na reportagem da Bloomberg, em 19 de setembro, as reuniões acontecem após um verão de intenso escrutínio do projeto de stablecoin Libra proposto pelo Facebook por legisladores e reguladores dos Estados Unidos.

Um titã da mídia social sob os holofotes

Em um comunicado, Andy Stone, porta-voz do Facebook, indicou que Zuckerberg discutia "futura regulamentação da internet" com os formuladores de políticas durante sua visita.

Alegadamente, a pedido do Facebook, o senador democrata e membro do ranking do Comitê de Inteligência Mark Warner já ajudou a organizar um jantar esta semana entre Zuckerberg e outros senadores dos EUA, nos quais:

"Os participantes tiveram uma discussão abordando várias questões, incluindo o papel e a responsabilidade das plataformas de mídia social na proteção de nossa democracia e quais medidas o Congresso deve tomar para defender nossas eleições, proteger os dados do consumidor e incentivar a concorrência no espaço de mídia social".

O CEO se reunirá ainda com a senadora democrata Maria Cantwell do estado de Washington que faz parte do Comitê de Comércio do Senado enquanto atualmente discute a nova legislação sobre privacidade.

Também está agendada uma reunião com o presidente de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, da Califórnia, embora fontes tenham se recusado a dar informações detalhadas sobre a nomeação.

Libra enfrenta resistência em ambos os lados do oceano

Durante as audiências do congresso dedicadas ao Libra em julho, a deputada Maxine Waters - presidente do Comitê de Serviços Financeiros do equivalente à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos - fez a conexão explícita entre as preocupações levantadas durante as controvérsias anteriores do Facebook e a tentativa da plataforma de lançar uma stablecoin.

Waters já havia solicitado que o Facebook parasse de trabalhar com Libra em meados de junho, logo após o lançamento do projeto.

Ela argumentou que a gigante da tecnologia tinha um "demonstrado padrão de não manter os dados do consumidor em sigilo" e que "permitia que atores estatais russos maliciosos comprassem e direcionassem anúncios" para - supostamente - influenciar as eleições presidenciais dos EUA em 2016.

Um grande número de parlamentares norte-americanos continua expressando suas "preocupações [...] persistentes em permitir que uma grande empresa de tecnologia crie uma moeda global alternativa, controlada de forma privada".

Este mês, o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que a França não autorizará o desenvolvimento de Libra em solo europeu.

Ele caracterizou o Libra como um "atributo da soberania dos Estados" e argumentou que ela deveria "permanecer nas mãos dos Estados e não das empresas privadas que respondem a interesses privados".