A AmFi, fintech especializada em tokenização de ativos do mundo real, e a Catálise, gestora independente de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), fecharam uma parceria para o lançamento de um fundo de R$ 100 milhões baseado em tokens RWA, que representam digitalmente ativos físicos ou financeiros tradicionais na blockchain.

Composto por debêntures tokenizadas de duplicatas de empresas do setor de varejo e da indústria do sul do país, o vencimento do fundo ocorre em 48 meses, oferecendo rendimentos atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) mais 5% ao ano. Os cotistas receberão o pagamento do principal e dos juros em 12 parcelas, observado um período de carência de 36 meses.

As debêntures tokenizadas serão originadas na plataforma da AmFi, a partir de 10 a 20 títulos de dívidas tokenizadas, com valor variável entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, como explicou Paulo David, cofundador e CEO da AmFi em comunicado à imprensa:

“A plataforma AmFi gerencia toda a operação do FIDC da Catálise. Combinamos uma tecnologia única para operações de crédito com a experiência da Catálise na estruturação e gestão de fundos.”

Marcelo Aoki, sócio da Catálise, afirmou que a execução automática por meio de contratos inteligentes traz benefícios para gestão de risco por oferecer mais transparência, segurança e eficiência:

“A capacidade de registrar os recebíveis com segurança e gerenciar movimentações com eficiência impressiona. O fato de todas as transações serem rastreáveis traz um nível inédito de confiabilidade para esse tipo de operação.”

O FIDC estruturado pela Catálise baseia-se em um modelo escalável e acessível, que reduz em 40% o custo de captação para os originadores, permitindo que securitizadoras, factorings, gestores de recebíveis e fintechs consigam fazer captações no mercado de capitais, acrescentou Aoki:

“Utilizamos o que há de mais avançado em securitização, aliado à blockchain, inteligência artificial e machine learning. Nossa meta é sermos referência na gestão de ativos digitais e a principal ponte entre originadores de recebíveis e o mercado de capitais.”

A emissão do fundo será feita por uma securitizadora da AmFi, em conformidade com a regulamentação vigente no setor. Os originadores precisam entrar com pelo menos 20% de capital subordinado, que funciona como uma primeira camada de proteção para os investidores em caso de inadimplência, além de seguir práticas comuns de mercado, como recompra em caso de fraude ou falhas de formalização.

A Catálise é uma gestora baseada em Curitiba, que atua em mais de 10 estados. Seu portfólio possui 138 fundos ativos, com mais de R$ 9 bilhões em ativos sob gestão e mais de 23,8 mil operações de crédito.

A empresa opera sua própria Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), com 67 fundos e uma carteira de R$ 5,8 bilhões em ativos sob gestão.

A AmFi, por sua vez, ganhou destaque recentemente em um relatório do Banco de Compensações Internacionais (BIS) por suas inovações no uso da tecnologia blockchain para ampliar o acesso ao crédito e a eficiência no mercado de capitais.

Desde sua fundação, a empresa já tokenizou mais de R$ 750 milhões em ativos e pretende alcançar a marca de R$ 1,5 bilhão até o final do primeiro semestre de 2025.