Cointelegraph
Cassio GussonCassio Gusson

Inédito: BIS destaca fintech brasileira de tokens RWA como exemplo de inovação em tokenização financeira

Relatório internacional cita fintech brasileira como exemplo de inovação no uso de blockchain para ampliar crédito e eficiência no mercado de capitais.

Inédito: BIS destaca fintech brasileira de tokens RWA como exemplo de inovação em tokenização financeira
Notícias

Pela primeira vez na história, uma fintech brasileira de tokens RWA ganhou destaque no relatório do BIS (Bank of International Settlements), considerado o Banco Central dos Bancos Centrais.

De acordo com o relatório, "Leveraging tokenization for payments and financial transactions" (Alavancando a tokenização para pagamentos e transações financeiras, em tradução livre), a AmFi foi selecionada como um dos três cases privados de destaque sobre o que há de mais recente em tokenização financeira, ao lado de Credix e Itaú Digital Assets.

Além disso, o documento serve como referência para bancos centrais, oferecendo uma análise clara sobre os benefícios e desafios da tokenização e seu impacto no ecossistema financeiro.

O relatório é resultado de uma força-tarefa do CGIDE (Consultative Group on Innovation and the Digital Economy), liderada por Fábio Araújo, economista do Banco Central do Brasil (BACEN) e responsável pelo DREX, a CBDC do Banco Central do Brasil.

O BIS destaca que os modelos de negócio da AmFi e da Credix utilizam recebíveis tokenizados como garantia para acesso a crédito.

“A redução de custos proporcionada pelo processo de tokenização torna esse sistema escalável o suficiente para alcançar um número maior de empresas, especialmente aquelas em mercados emergentes que tradicionalmente enfrentam dificuldades para obter financiamento a custos acessíveis. Ao transformar os recebíveis em ativos digitais negociáveis, as plataformas ampliam o acesso ao crédito, promovendo inclusão financeira e maior eficiência no mercado de capitais.”, destaca o relatório.

AmFi e tokenização

Os cases apresentados pela AmFi e demais players evidenciam a importância de processos bem estruturados de tokenização, respeitando as particularidades de cada negócio. O relatório enfatiza que regras de negócio bem definidas são fundamentais para a adoção de smart contracts integrados, funcionando em blockchain e em múltiplos processos do ecossistema.

A AmFi utiliza essas tecnologias para simplificar a oferta de crédito; reduzir custos operacionais e ampliar a transparência, segurança e acessibilidade.

A fintech defende que a tokenização de ativos permite automação e neutralidade nas transações, especialmente em operações com múltiplos investidores e voltadas para PMEs com pouco acesso a crédito tradicional.

“A tecnologia da AmFi tem sido utilizada pela UP Vendas, uma empresa que oferece linhas de crédito acessíveis a revendedores e microempreendedores. A plataforma permite que a UP Vendas crie, estruture, distribua e opere produtos financeiros que anteriormente eram inacessíveis para pequenos negócios.”, destaca o relatório.

Desde sua fundação, a empresa já tokenizou mais de R$ 750 milhões em ativos e pretende alcançar a marca de R$ 1,5 bilhão até o final do primeiro semestre de 2025. A fintech opera em parceria com mais de 70 instituições, entre fintechs, securitizadoras e gestores de recebíveis, que se beneficiam de uma redução de até 70% no tempo de acesso ao mercado de capitais e até 40% nos custos de estruturação de operações.

Além disso, para os investidores, a AmFi oferece produtos com rentabilidade atrativa e uma gestão de risco mais eficiente, quando comparada ao mercado financeiro tradicional, consolidando-se como um dos principais nomes em inovação financeira no Brasil.

“Ganhos significativos de eficiência surgem da automação de diversas tarefas operacionais e da redução no número de intermediários. Em uma operação tradicional, vários agentes como custodiante, agente fiduciário, liquidante, corretor e distribuidor estão envolvidos. Já em um modelo de negócios tokenizado, essas funções são executadas por contratos inteligentes, que também facilitam a negociação de créditos em mercados secundários.”, finaliza o relatório.