A queda na dominância não deve impactar negativamente a tendência de alta de médio e longo prazo do Bitcoin (BTC), mesmo que o mercado esteja entrando em um altseason, afirma Arthur Driessen, analista da Crypto Investidor.
A queda na participação de mercado do Bitcoin ocorre principalmente devido à alta do Ether (ETH) e não a uma fraqueza específica do preço do BTC, segundo o analista:
“Mesmo com a dominância em queda, o preço do Bitcoin continua em tendência de alta — porém, as altcoins estão performando ainda melhor, o que leva à redução na sua participação no mercado.”
Driessen projeta que a dominância do Bitcoin deve cair dos atuais 58,4% para a faixa de 49% a 52% até o topo do atual ciclo de alta.
Bitcoin cai após atingir novas máximas históricas durante a Semana Cripto nos EUA
Após renovar suas máximas históricas em US$ 123.200 na segunda-feira, 14 de julho, o preço do Bitcoin encerrou o domingo cotado em US$ 117.265, em queda de 1,5% no fechamento de uma semana histórica para as criptomoedas.
Durante a Semana Cripto no Congresso dos EUA, a Câmara dos Representantes aprovou três projetos de lei de regulamentação de criptoativos: o CLARITY Act, um marco amplo que, entre outras coisas, estabelece critérios objetivos para definir se um ativo digital deve ser considerado um valor mobiliário, o Anti-CBDC Surveillance State Act, que proibe o Banco Central dos EUA (Fed) de emitir uma moeda digital de banco central atrelada ao dólar, e o GENIUS Act, que estabelece regras específicas para a emissão e comercialização de stablecoins.
Os dois primeiros foram encaminhados para discussão no Senado, enquanto o último foi sancionado pelo presidente Donald Trump na última sexta-feira em uma cerimônia que contou com a participação de diversos executivos do ecossistema cripto.
A gestora de ativos digitais QR Asset Management destacou em seu boletim semanal que, pela primeira vez na história, o mercado de criptomoedas opera em "um ambiente em que preço, adoção e regulação caminham na mesma direção":
“Essa convergência é inédita e inaugura uma nova fase de maturidade para o mercado cripto.”
A queda de 7% na dominância do Bitcoin na semana passada sinaliza que a atenção do mercado está migrando para a Ethereum, que “parece voltar com força ao centro do tabuleiro", segundo o boletim.
No cenário macroeconômico, a economia americana e os mercados tradicionais demonstram sinais de força.
Os índices Nasdaq e S&P 500 operam próximos de suas máximas históricas, enquanto os balanços corporativos das empresas americanas no segundo trimestre têm surpreendido pelos resultados positivos.
“Some-se a isso a resiliência do consumidor americano — que continua gastando — e a solidez do mercado de trabalho, e temos uma economia que, por enquanto, resiste à escalada tarifária imposta por Trump", afirma a QR Asset Management.
No entanto, o boletim alerta que as críticas de Trump a Jerome Powell, presidente do Fed, e os rumores de que ele poderia deixar o cargo antes do fim de seu mandato, em 2026, representam riscos para o mercado:
“Qualquer percepção de fragilidade na independência do Fed pode mexer com a confiança do mercado e gerar volatilidade nos ativos de risco.”
Dados da FedWatch Tool da Bolsa Mercantil de Chicago (CME) indicam a probabilidade de dois cortes de juros ainda em 2025.
Análise do preço do Bitcoin
O Bitcoin entrou em correção após atingir uma nova máxima histórica na semana passada, estabelecendo como resistência a faixa de US$ 122.000, explica Arthur Driessen
Com o preço oscilando entre US$ 116.000 e US$ 118.000 nesta segunda-feira, dois cenários se apresentam no curto prazo:
No cenário negativo, “o preço pode buscar a região entre US$ 112.000 e US$ 113.000 antes de retomar o movimento de alta com alvo próximo aos US$ 130.000,” projeta o analista. A quebra do suporte em US$ 115.700 confirmaria essa possibilidade.
“Outra hipótese é que o BTC tenha consolidado um fundo local em US$ 115.700 e esteja em fase de consolidação antes de um novo movimento de alta, mirando a região dos US$ 130.000", afirma o analista.
Para que isso ocorra, o preço do Bitcoin precisa renovar sua máxima histórica em US$ 123.200, conforme o gráfico abaixo.
No médio e longo prazo, Driessen estabelece como alvos a região dos US$ 190.000 e dos US$ 300.000. Contudo, o analista não descarta que o Bitcoin possa atingir os US$ 350.000 no topo do atual ciclo de alta, dadas as condições regulatórias favoráveis às criptomoedas nos Estados Unidos.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o Trump Media and Technology Group, a empresa de propriedade da família do presidente dos EUA, declarou possuir cerca de US$ 2 bilhões em “Bitcoin e títulos relacionados ao Bitcoin” em seu balanço patrimonial.
Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem realizar sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.