O investimento dos brasileiros em Bitcoin revelou que os investidores nacionais, apesar do seu conservadorismo, estão aptos a diversificar seu portfólio.

Essa é a opinião do especialista em Economia Comportamental da ESPM, Paula Sauer.

Assim, desta forma, o brasileiro também estaria "pronto" para investir em uma outra indústria promissora, mas controversa, a da Maconha.

Maconha como investimento

O uso de derivados da Maconha começa a ganhar corpo no Brasil.

Recentemente a Anvisa autorizou a distribuição do primeiro medicamento fabricado a base de maconha no Brasil, o Canabidiol, do laboratório Prati Donaduzzi.

Porém, com a iniciativa nacional, outras empresas do setor viram no Brasil um grande potencial para expansão de seus negócios.

Uma destas empresas é a HempMeds.

Maconha na B3

Assim, segundo revelou ao jornal Estado de São Paulo, Caroline Heinz, CEO da empresa, a companhia já vem estudando expandir sua operações no país para distribuir e produzir medicamentos a base de maconha.

E, como parte de sua estratégia, a empresa pretende ofertar ações na B3 após o registro e lançamento do fármaco, previstos para outubro.

“A gente estima que até outubro já consiga fazer o registro desse medicamento. Estamos abrindo uma nova empresa, que eu não posso ainda contar o nome, para registrar o produto no Brasil e em Portugal. E com essa empresa, sim, vamos entrar na bolsa no Brasil”, afirma Caroline.

Bitcoin "abriu" caminho para Maconha

Assim, sendo a maconha uma indústria promissora, apesar da relação do produto com diferentes tipos de crimes, investir neste ativo pode ser interessante para o portfólio dos investidores nacionais.

Portanto, o Bitcoin teria aberto "caminho" para este tipo de investimento segundo Sauer.

“Por mais conservador que o brasileiro seja, e o bitcoin foi um exemplo disso, ele não quer ficar de fora da festa. Muitas vezes ele compra porque alguém comprou e não exatamente porque ele concorde ou porque saiba como funciona”, lembra a especialista.

Assim, segundo o especialista os interessados em explorar o mercado no Brasil devem ficar atentos a construção da marca e do discurso

"Tem todo um tabu em relação a isso. Imagina chegar para uma família extremamente conservadora e oferecer um medicamento à base de maconha. Por mais que seja comprovadamente eficiente, ainda tem uma cultura de que aquilo é droga, um olhar pejorativo e discriminatório. A empresa que quiser se firmar, por ora, neste contexto, tem que saber que vai enfrentar esse olhar”, revela.

CVM aprova fundos de maconha

No entanto, apesar do investimento em maconha parecer novidade ele já é "aprovado" pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Assim, desde outubro do ano passado, a fintech Vitreo tem aprovação para oferecer um fundo nacional destinado a 'explorar' a indústria da Maconha.

O Fundo Vitreo Canabidiol FIA IE foi o primeiro do tipo no país.

Assim, por meio do fundo, o dinheiro dos clientes é investido no mercado financeiro dos EUA e do Canadá, que concentra dois terços de ETFs do segmento e cinco das seis principais empresas do mundo do setor.

"No ETF, você está mais diversificado, é mais uma aposta em um tema grande do que em uma empresa. Já as ações são escolhidas com base nas teses de investimento que nos chamam mais atenção", explicou George Wachsmann, sócio e chefe de gestão da Vitreo.

Investidores

Entretanto o fundo não é destinado a investidores de varejo.

Assim, seguindo as determinações da CVM, com o produto da Vítreo é 100% exposto ao mercado internacional ele somente pode ser acessado por investidores qualificados, ou seja, quem tem pelo menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras.

O investimento mínimo no fundo é de R$ 5 mil.

A taxa administrativa é de 1,5% ao ano e mais 20% de taxa de performance sobre o que exceder o desempenho do S&P 500 total Return. O prazo de resgate é em D+30.

LEIA MAIS