Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (19) pelo Datafolha e pelo Observatório Fundação Itaú apontou os níveis de aceitação, uso, familiaridade e percepção da inteligência artificial (IA) no Brasil. Intitulado “Consumo e uso da Inteligência Artificial no Brasil”, o estudo coletou 2.798 entrevistas com pessoas a partir de 16 anos, entre os dias 7 e 15 de julho, e possui nível de confiança de 95%.
A pesquisa revelou que 93% dos entrevistados usam alguma ferramenta de IA. Nas redes sociais, o percentual de uso de IA é de 89%, sendo que a maioria (76%) utiliza a tecnologia uma ou mais vezes por dia, enquanto 7% utilizam a tecnologia uma ou mais vezes por semana e 3% utilizam IA uma ou mais vezes por mês.
Quando questionadas em relação aos impactos da IA na vida, 77% dos entrevistados disseram que a tecnologia pode ser perigosa para sociedade se for usada sem regras e sem leis, percentual ainda maior (87%) entre as pessoas com ensino superior. Para 76% dos entrevistados, outro risco é a disseminação de fake news, percentual que sobe para 88% entre as pessoas com nível superior e 84% entre as classes A e B.
O perigo de a IA substituir trabalhadores e profissões das pessoas no futuro é grande para 56% dos entrevistados e pouca para 31% dos participantes do levantamento. Por outro lado, somente 28% acreditam que a tecnologia consome muito os recursos naturais, enquanto 37% acreditam no consumo moderado ou nenhum consumo (34%).
Majoritariamente (69%), as pessoas usam apenas versões gratuitas de IA, enquanto 11% utilizam apenas ferramentas pagas e 20% utilizam ambas as versões. Já a utilização de IA no trabalho (50%) ou para diversão no tempo livre (50%) se mostrou mais equilibrada. Por outro lado, esses apelos pela IA aumentam entre pessoas de 16 a 24 anos (68%), com ensino superior (74%) e pessoas das classes A e B (68%). Para fins de estudo, a média de uso de IA é de 43%, mas a adesão pela tecnologia também cresce entre pessoas de 16 a 24 anos (77%), com ensino superior (73%) e pessoas das classes A e B (63%).
Mais números
Outros destaques da pesquisa foram a utilização de IA em sistemas de recomendação de filmes, vídeos e músicas (como Netflix, YouTube e Spotify), cujo percentual de uso de IA é de 78%; sistemas de navegação, como Google Maps e Waze, com percentual de 63%; assistentes de voz (como Alexa e Siri), em 54%; ferramentas de geração de texto (como ChatGpt e DeepSeek), a 43%, e recurso de IA para geraçlão de imagem e vídeo (como Midjourney e DALL-E), a 31%.
Segundo o levantamento, 82% das pessoas já ouviram falar em inteligência artificial, enquanto 54% afirmaram que entendem o que realmente significa o termo. Porém, o nível de conhecimento é mais elevado para pessoas entre 16 e 24 anos (94%) e de 24 a 34 anos (90%) em relação a pessoas com 60 anos ou mais, que também apresentam taxa elevada sobre conhecimento de IA (69%).
O estudo apontou pouca variação entre as pessoas que se identificam como brancas e pretas ou pardas, já que os respectivos percentuais de conhecimento sobre IA foram de 85% e 81%. Por outro lado, a diferença se mostrou mais elevada entre evangélicos (85%) e católicos (77%), desnível semelhante entre moradores do Sudeste (88%) e do Nordeste (73%).
Em relação às fontes de conhecimento de IA, as redes sociais (WhatsApp, Instragram, Facebook e outras) representam a principal origem de informações sobre a tecnologia (66%). Em seguida aparecem jornais e outros veículos de imprensa (44%), filmes e séries (25%), conversa com amigos e familiares (25%), aulas, cursos, livros e outros materiais (19%), influencers (19%), dentre outros.
Para 32% dos entrevistados, a IA está muito presente no dia a dia, percentual que chega a 47% das pessoas com nível superior e 40% entre as pessoas das classes A e B. A média percentual é maior (43%) entre os que acreditam que a IA está um pouco presente no cotidiano, percentual mais elevado (50%) entre os entrevistados de 16 a 24 anos. Já os que disseram que a tecnologia não está presente no dia a adia representam 25%, percentual ainda maior (43%) entre as pessoas com 60 anos ou mais, pessoas com ensino fundamental (41%) e pessoas das classes D e E (35%).
Quem também está de olho no avanço da tecnologia em solo brasileiro é a empresa de tecnologia estadunidense C3 AI que anunciou a celebração de um contrato com a Eletrobras voltado ao uso de IA para sanar falhas em tempo real em centros de operações, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.