O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta terça-feira, 19/08/2025, está cotado em R$ 629.487,36. O preço do BTC continua pressionado pelas decisões da macroeconomia americana e segue em seu ponto de lateralização.
Bitcoin análise macroeconômica
Dados econômicos foram o principal catalisador para a alta do mercado cripto nesta semana, levando o BTC a um novo recorde de US$ 125.533. Um relatório de inflação dos EUA mais brando do que o esperado gerou especulações sobre um possível corte de juros, o que impulsionou os ativos em geral. Como a alta do ETH, que continua sendo o foco principal do mercado, após ultrapassar seus níveis mais altos em relação ao dólar americano desde 2021.”, disse Fabio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase.
O mercado de criptomoedas começou a semana em clima de cautela. O Bitcoin se mantém consolidado entre US$ 115 mil e US$ 117 mil, defendendo um suporte considerado chave. Já o Ethereum voltou a esbarrar na faixa de US$ 4,7 mil, nível que tem funcionado como forte resistência em ciclos anteriores.
Segundo analistas, o foco dos investidores está voltado para o simpósio de Jackson Hole, onde o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deve manter um tom neutro.
“O mercado já precifica uma chance de 85% de corte de juros em setembro, mas os dados de inflação e emprego ainda deixam o cenário incerto”, avaliou Timothy Misir, chefe de pesquisa da BRN.
O BTC continua preso em um intervalo estreito. O nível de US$ 115 mil serve como base de sustentação, enquanto a região de US$ 120 mil a US$ 123 mil representa a barreira imediata. Um rompimento para cima abriria espaço para US$ 127 mil, mas uma quebra para baixo pode expor o ativo a US$ 112 mil.
“O suporte segue firme, principalmente porque o custo médio dos detentores de curto prazo está bem posicionado. Essa estrutura dá sustentação ao preço, mas não garante alta sem novos catalisadores”, explicou Misir.
Os derivativos também reforçam o clima de tensão. O rácio de volatilidade implícita entre prazos médios e curtos do BTC está em níveis extremos, mais altos do que 96,8% de todas as observações históricas. Isso sinaliza preocupações estruturais para o médio prazo.
A posição aberta em opções permanece elevada, com US$ 39 bilhões em contratos de Bitcoin e US$ 35,5 bilhões em Ethereum. Esse acúmulo de apostas pode resultar em movimentos bruscos de preço caso os ativos rompam suas atuais faixas de negociação.
al, o ambiente segue favorável no médio prazo, já que bolsas continuam próximas das máximas e os ETFs de cripto registram entradas consistentes. Mas, como destacou Misir, “com a volatilidade implícita em níveis extremos e o alavancamento crescendo, a gestão de risco precisa ser apertada”.
Bitcoin análise técnica
Analisando o gráfico, Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, destaca que apesar da faixa de preço de US$ 114.640 ser uma região de interesse comprador, podemos observar que o fluxo segue vendedor, sugerindo uma correção mais ampla até os suportes de curto e médio prazo das regiões de liquidez dos US$ 114.100 e US$ 111.500.
“As resistências de curto e médio prazo estão nas áreas de valor dos US$ 118.920 e US$ 123.280”, disse.
Mike Ermolaev, analista e fundador da OutsetPR, afirma que embora o BTC tenha atingido seu ATH, o índice P&L realizado permanece em torno de seu nível médio.
Com essa estrutura, o risco de uma reversão brusca de tendência é consideravelmente menor do que durante picos anteriores de P&L, quando o mercado estava superaquecido.
Dados da Econometrics afirma que uma nova tentativa de rompimento do Bitcoin será apoiada por fluxos de ETFs.
Nosso modelo de fluxo de ETF agora mostra que o Bitcoin provavelmente se fixará um pouco acima de US$ 120 mil até setembro, com US$ 131 mil no limite superior da faixa esperada do modelo. O sentimento de risco está de volta.
Já Guilherme Fais, Head de Finanças da NovaDAX, afirma que a correção recente, embora intensa nas altcoins como ETH e SOL (-6%) e XRP (-5%), é considerada saudável, já que o movimento foi motivado por fechamento de posições lucrativas e não por aumento de sentimento negativo.
O mercado aguarda com cautela o simpósio de Jackson Hole, onde Jerome Powell deve falar na sexta-feira (22) e possivelmente indicar cortes de juros ainda em 2025. No técnico, BTC encontra suporte em US$ 112,5 mil e resistência em US$ 118 mil, com tendência de alta preservada no médio prazo. A expectativa é de consolidação até o evento, que pode ser o gatilho para novo teste das máximas históricas."
Forte volatilidade
Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank, também destaca que apesar da correção, o Coinbase Premium permaneceu positivo, sinalizando que a demanda de investidores norte-americanos segue consistente, possivelmente refletindo compras discretas de grandes instituições.
No campo macroeconômico, cresce a pressão política, com Donald Trump defendendo cortes de juros mais agressivos, enquanto negociações de paz entre Rússia e Ucrânia seguem no radar. Esses fatores, somados ao discurso do presidente do Federal Reserve em Jackson Hole, podem rapidamente redefinir o apetite ao risco, influenciando a trajetória do Bitcoin.
Enquanto isso, o Ethereum se destacou com valorização, impulsionado pelo aumento expressivo no uso de stablecoins como USDT e USDC emitidas em sua rede. Como cada movimentação exige pagamento em ether, essa atividade intensifica a demanda pelo ativo. O contraste entre a correção do Bitcoin e a resiliência do Ethereum reforça a necessidade de monitorar não apenas o cenário geopolítico e macroeconômico, mas também os fluxos internos de capital que movimentam o mercado cripto.”
Já Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, afirma que Bitcoin e o Ethereum devem operar dentro de faixas bem definidas ao longo da semana, com o Bitcoin se consolidando entre US$112.000 e US$118.000 e o Ethereum provavelmente permanecendo entre US$4.100 e US$4.600.
A forte valorização do Ethereum gerou alguma realização de lucros, o que pode limitar o potencial de alta no curto prazo e, em vez disso, abrir espaço para um movimento de consolidação.
Ao mesmo tempo, os níveis recordes de interesse em aberto nos mercados de futuros destacam o quanto de alavancagem se acumulou no setor cripto.
Essa alavancagem funciona nos dois sentidos: pode acelerar os ganhos se o momento continuar, mas também amplia a volatilidade, deixando tanto o BTC quanto o ETH mais expostos a oscilações fortes diante de qualquer mudança no sentimento do mercado.
Os fatores macroeconômicos continuam sendo determinantes, especialmente com os investidores atentos à decisão de setembro do Federal Reserve e à divulgação da ata da reunião. Qualquer sinal de postura mais rígida ou de atraso nos cortes de juros pode pressionar os ativos de risco, enquanto sinais mais brandos podem dar continuidade ao momento positivo das criptos. Por enquanto, as faixas de negociação de Bitcoin e Ethereum refletem um mercado que busca equilibrar otimismo e cautela, navegando entre a demanda estrutural e a exposição especulativa elevada.
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, afirma que o mercado cripto sentiu o baque da recente confirmação de que o governo dos EUA não vai comprar Bitcoin, no entanto, ele aponta que um sinal de queda de juros pode reverter o sentimento pessimista
“Todos estão de olho nas declarações desta semana, embora eu acredite que nem que elas sejam positivas, o BTC terá forças para romper com S$ 120 mil”, disse.
Portanto, o preço do Bitcoin em 19 de agosto de 2025 é de R$ 629.487,36. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0015 BTC e R$ 1 compram 0,0000015 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 19 de agosto de 2025, são: OKX (OKB), Provenance Blockchain (HASH) e Pol (POL), com altas de 6,4%, 6,3% e 6,2% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 19 de agosto de 2025, são: Injective (INJ), Arbitrum (ARB) e Pi Network (PI), com quedas de -6%, -5,7% e -5% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.