Cozomo de' Medici já era um notório colecionador pseudônimo de NFTs, dono de uma coleção cuidadosamente curada com itens das principais coleções de tokens não fungíveis do mercado, quando resolveu revelar sua real identidade ao mundo. Tratava-se do rapper norte-americano Snoop Dogg.

Atualmente, a carteira associada a Cozomo de' Medici possui um total de 15.294 NFTs, totalizando US$ 13,85 milhões em valor de mercado, de acordo com dados da plataforma de monitoramento de dapps (aplicativos descentralizados) Dapp Radar.

Entre as joias da coleção, há oito CryptoPunks, três itens da coleção de arte generativa Fidenza, a mais popular do ArtBlocks, inúmeros Meebits, alguns exemplares de World of Women e quatro corujas pixeladas da nova sensação do mercado de tokens não fungíveis – Moonbirds. Entre as peças mais valiosas de sua coleção, há dois NFTs de Fragments of an Infinite Field, série criada pela artista brasileira Monica Rizzolli sob a curadoria do Art Blocks.

No último domingo, 24, Cozomo de' Medici decidiu revelar cinco características que costuma analisar para medir o potencial de uma coleção de NFTs PFP (fotos de perfil) em um thread no Twitter:

1. Arte

Embora os critérios para avaliação de NFTs sejam totalmente diferentes daqueles utilizados para analisar o valor de uma obra de arte, coleções com uma estética apurada e original, ou "A+", como caracteriza Cozomo, sempre têm mais chances de caírem no gosto dos colecionadores.

Como exemplo, ele cita as coleções Doodles, a recém lançada Moonbirds e os pioneiros CryptoPunks. "Não quero lançar fud (medo, incerteza e dúvida) sobre coleções que não [são esteticamente sofisticadas], mas a arte é uma mercadoria em pfp, ao menos que seja nível A+. A arte de nível B não serve mais", decreta o colecionador.

2. Sem spam

Cozomo afirma que as coleções top não necessitam despejar material publicitário sobre os potenciais compradores para atrair colecionadores, seja divulgando whitelists (listas de prioridade) ou incitando a comunidade a "taguear" amigos numa tentativa de atrair atenção de forma artificial.

 O colecionador também alerta para que os usuários não caiam em ciladas patrocinadas pelo mesmo "grupo de influenciadores de sempre".

3. Seguidores no Twitter

Neste caso, alerta Cozomo, a qualidade dos seguidores de um determinado projeto é muito mais importante que a quantidade. Identificar as coleções que estão recebendo atenção de colecionadores reconhecidos é um recurso inestimável para encontrar pérolas ainda não reveladas.

Tornar-se um descobridor de coleções nunca deve ser o foco principal de um colecionador experiente, afirma:

"Por mais que meu ego goste de pensar que vou ser o "primeiro a dar uma olhada" em uma coleção ou ser o primeiro colecionador sério a bordo... é duvidoso. Então, se eu não vejo outros colecionadores sérios seguindo [uma coleção], eu normalmente passo adiante."

Outros dois elementos que não devem estar no radar de um colecionador ao avaliar uma coleção, segundo Cozomo, são o roadmap ou possíveis airdrops. Os primeiros são superestimados e não necessariamente garantem que o projeto vai entregar o que promete. Coleções de sucesso como Doodles sequer tinham um roadmap

Airdrops costumam causar excitação entre os participantes do mercado e são uma forma interessante de recompensar a comunidade, mas, de acordo com Cozomo, hoje já existem outras formas de engajar os usuários.

4. Equipe inovadora

Em um mercado saturado, iniciativas inovadoras constituem um diferencial fundamental para agregar valor às coleções.

Como exemplo, Cozomo cita o Serum – a poção mágica digital criada pelos desenvolvedores da Yuga Labs para dar origem a versões mutantes dos NFTs do Bored Ape Yacht Club, criando uma coleção inteiramente nova que contribuiu para a expansão do ecossistema.

A parceria entre os Doodles e a Capsule House para permitir que os usuários combinem seus NFTs dando origem a algo novo são um exemplo de coleções cujos colecionadores podem confiar no potencial criativo das equipes por trás dos projetos, segundo Cozomo.

A adição de uma faixa gerada por inteligência artificial aos NFTs da WVRPS acrescentam um elemento inovador já no momento do drop inicial – e isso é algo novo, afirma.

5. Potencial de construção de um ecossistema

A expansão de uma coleção de NFTs PFP para algo maior não é um imperativo para a avaliação de Cozomo. No entanto, a possibilidade de que os NFTs possam oferecer recursos que vão além da própria imagem é algo que sem dúvida agrega valor aos projetos.

Como exemplos óbvios, o colecionador cita a transformação do Bored Ape Yacht Club em um movimento cultural global e os sneakers digitais do RTFKT Studios, cujo sucesso acabou motivando a aquisição da empresa pela Nike, com desdobramentos grandiosos no mundo real.

Entre as coleções que podem estar seguindo o mesmo caminho, Cosomo citou Azuki e Moonbirds.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil, Cozomo de' Medici contribuiu para a popularização da coleção CryptoRastas, projeto brasileiro que combina a estética dos CryptoPunks à cultura do reggae. Depois que o a persona virtual de Snoop Dogg postou no Twitter um CryptoRasta da sua galeria particular, em menos de 24 horas 6.000 NFTs foram mintados e a coleção se esgotou.

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