Um vídeo do popular YouTuber brasileiro Cauê Moura que viralizou nesta segunda-feira no Twitter está dando o que falar no mundo cripto. No vídeo, o influenciador digital faz críticas ao capitalismo, à classe média brasileira e, finalmente, aos tokens não fungíveis (NFTs), dizendo que eles não passam de arquivos de imagem no formato JPEG construídos em um ambiente digital para dar a ideia de escassez para os criptoativos.
caralho nessa explicação do cauê moura sobre NFT finalmente entendi a parada e só sei sentir ódio kkkkkjk pic.twitter.com/JMmwTs81er
— reis 🔮 (@reisnaluiza) January 24, 2022
No vídeo, ele diz que os donos de NFTs são “otários” que têm "jpegs exclusivos”, e faz uma analogia entre os NFTs e a lógica capitalista, no caso a “criação de escassez” que separa as classes mais favorecidas das menos favorecidas:
O capitalismo funciona com a manutenção da desigualdade e dá má distribuição de recursos. Para que uns possam ter muito, outros têm que ter pouco, é o papo de escassez: o capitalismo prospera na escassez. Por isso inclusive que essa classe média nojenta do Brasil ficou com raiva quando anunciaram que ia ter camarão nas marmitas do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), alfinetou.
Para Cauê Moura, a existência dos NFTs é apenas uma forma encontrada pelo capitalismo para criar escassez no mundo digital e separar os ricos dos pobres:
Tem que ter escassez para fazer sentido esse consumo idiota. Aí o que acontece? No ambiente digital isso nunca aconteceu, era um jpeg ou um jpeg, tenha você um computador da Nasa ou um iMac de R$ 60 mil ou um Moto G de R$ 300, você pode ter uma imagem no seu celular... aí o capitalismo disse: ‘Vamos resolver isso aí, vamos criar escassez digital também, vamos trazer o capitalismo para um meio onde isso não fazia sentido, vamos fazer fazer sentido’... então o que é NFT? É criação de escassez digital, artificial, para que o otário se sinta exclusivo sendo dono de um jpeg..., disparou.
O vídeo circulou em uma série de contas do Twitter, algumas apoiando as ideias do youtuber e outras discordando e defendendo o mercado de criptomoedas e NFTs.
Os NFTs ganharam popularidade em 2021 e neste ano já ganharam apoio de uma série de figuras relevantes fora do criptomercado. Na última semana, o craque da Seleção Brasileira e do Paris Saint-Gemain (PSG) Neymar Jr desembolsou US$ 1,1 milhão por dois NFTS da coleção Bored Ape Yacht Club (BAYC).
O artista cearense Renancio Monte, é outro que encontrou nos NFTs uma oportunidade de ganhar dinheiro com ‘obras de arte digitais’ ao transformar 18 personagens do folclore brasileiro na coleção ‘Crypto Legends’.
No início deste mês o rapper estadunidense Nasir Jones, o Nas, também anunciou a transformação dos direitos autorais de duas de suas canções em NFTs, o que, na prática, direciona os royalties das músicas para os donos dos criptoativos, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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