Além de bilionário mais jovem, Sam Bankman-Fried, o SBF, de 30 anos, tornou-se uma espécie de “cavaleiro branco das criptomoedas” nas últimas semanas. Isso porque o CEO e fundador de uma das principais exchanges de criptomoedas do mundo, a FTX, decidiu abrir a carteira para socorrer diversas empresas da indústria de criptoativos que possam desestabilizar ainda mais o setor em razão da crise de liquidez, inclusive algumas exchanges. Foi o que o jovem magnata declarou em entrevista publicada nesta quarta-feira (6) pelo Financial Post ao revelar que tem alguns bilhões para socorrer o setor, embora, segundo ele, o pior já tenha passado.
Estadunidense que mora nas Bahamas, onde a FTX está sediada, ele disse que lançou linhas de crédito para socorrer as empresas de criptomoedas e que algumas delas já procuraram pelos serviços oferecidos pela FTX, embora estas empresas não estejam em “situações terríveis”, ainda que não esteja descartada a possibilidade de falência por parte de exchanges de criptomoedas menores. Para o magnata, o setor de criptomoedas foi além de “outros sapatos grandes que precisam cair.”
Uma das empresas socorridas foi a exchange de criptomoedas Voyager Digital, que pediu falência e propôs um plano de recuperação. A Voyager recebeu da Alameda Research, empresa de negociação de criptomoedas de Bankman-Fried, uma linha de crédito de US$ 200 milhões em dinheiro e stablecoin, além de uma linha em Bitcoin (BTC), uma vez que a empresa enfrentou perdas com a exposição de fundo de hedge de criptomoedas Three Arrows Capital, de acordo com a publicação.
Em junho a FTX entregou ao credor de criptomoedas dos Estados Unidos BlockFi uma linha de crédito de US$ 250 milhões e na última sexta-feira (2) fechou um novo acordo que dá a possibilidade de compra da empresa pela FTX a um preço variável de até US$ 240 milhões com base em gatilhos de performance.
O CEO da FTX disse ainda que, em maio, assumiu pessoalmente uma participação de 7,6% na Robinhood Markets, capitalizando o preço enfraquecido das ações do aplicativo de negociação.
Bankman-Fried, que em janeiro lançou o FTX Ventures, um fundo de capital de risco de US$ 2 bilhões focado em investimentos em ativos digitais, argumentou que é importante manter a confiança dos consumidores, o que passa pela funcionalidade e cumprimento do que é anunciado pelas empresas, mas que se torna difícil de manter em caso de falência das empresas.
Ele acrescentou que o inverno cripto pode ter chegado ao fundo considerando que os preços se estabilizaram, embora o futuro ainda dependa de fatores macroeconômicos, e que a baixa do mercado de criptomoedas foi pior do que o previsto, embora não represente uma ameaça existencial para esta indústria.
Pretenso doador de 99% de sua riqueza, Bankman-Fried teria atualmente uma fortuna de US$ 24 bilhões segundo avaliação da Forbes, mas o Índice de Bilionários da Bloomberg em maio afirmou que esse valor foi reduzido pela metade devido ao crash das criptomoedas.
Nos últimos dias SBF teve que entrar novamente em ação, desta vez para negar os rumores de que a FTX esteja de olho em empresas de mineração de criptomoedas em dificuldades, conforme noticiou o Cointelegraph.
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