O gestor de uma das gestoras de fundos de investimentos mais importantes do mundo, a BitWise, Matthew Hougan, disse durante o evento CEO Conference, do BTG Pactual, que os Estados Unidos devem aprovar um ETF de Bitcoin ainda em 2021. A matéria é da Exame.

A BitWise - com participação efetiva de Hougan - é pioneira em fundos de investimentos negociados em bolsa no mundo, os famosos ETFs (Exchange Traded Funds, em inglês). Antes de passar pela gestora que é a maior provedora de índices de criptoativos do mundo, Hougan desenvolveu o primeiro sistema de análise de dados de ETFs do mundo e fundou alguns dos mais importantes veículos de mídia do setor.

Em conversa com o diretor de ativos digitais do BTG Pactual, André Portilho, Hougan disse que os EUA estão "prontos" para o lançamento do ETF:

"Acho que estamos prontos, e deve acontecer logo. Ainda existem chances de ser neste ano, não descarto esta possibilidade, e realmente acho que estamos mais perto do que nunca. Tenho muita confiança que, se não acontecer agora, será no ano que vem".

O lançamento de ETFs de Bitcoin e criptomoedas é considerado um grande marco do setor, já que aumenta a exposição do criptomercado no mercado financeiro e atrai potencialmente mais investimentos para o desenvolvimento do espaço. Os ETFs, já lançados no Canadá e no Brasil em 2021, também atraem mais investidores institucionais, aumentando a confiança do criptomercado junto a grandes investidores.

Nos EUA, a SEC, que é a comissão de valores mobiliários e câmbio do país, já negou uma série de pedidos por um ETF de Bitcoin (BTC), mas o crescimento do mercado de criptomoedas e a entrada de players importantes nos últimos anos aumentou a pressão sobre a autarquia estadunidense.

Hougan acredita que o primeiro ETF dos EUA deve abrigar apenas o Bitcoin, já que o país ainda precisa de ajustes regulatórios para permitir um ETF de uma cesta de criptomoedas, como o da Hashdex no Brasil:

"Infelizmente, não somos tão afortunados quanto vocês no Brasil. Aqui nos EUA, o primeiro ETF cripto vai ser apenas de bitcoin, que é maior e mais regulado. Inclusive, me preocupa a velocidade com que os EUA estão avançando nesse tema. Países como Suíça, Canadá e Brasil já estão muito mais avançados no entendimento sobre criptoativos"

O sócio da Hashdex Stefano Sergole também esteve no evento e comentou o desempenho do HASH11, ETF cripto da Hashdex negociado na Bolsa de Valores do Brasil lançado há um mês:

"Em apenas um mês, o HASH11 já passou de R$1 bilhão em patrimônio e ocupa o posto de terceiro maior ETF da B3. Hoje, equivalente a 25% do tamanho do BOVA11, o maior do país, o que é um número muito significativo em tão pouco tempo. É curioso, porque no início imaginávamos que seria algo mais para o varejo, mas a adoção por investidores institucionais foi surpreendente".

Mesmo a correção das últimas duas semanas não foi suficiente para diminuir o apetite dos investidores pelo ETF de criptomoedas negociado pela B3, que é uma parceria entre Hashdex e a bolsa Nasdaq, dos EUA. O HASH11 já é um dos três mais negociados da bolsa de valores brasileira, movimentando R$ 1 bilhão, como dito pelo sócio da gestora.

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