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Rafael FerreiraRafael Ferreira

Volume de negociações de Bitcoin na Venezuela atinge novo recorde

Dados da plataforma indicam que, na primeira semana de junho, os venezuelanos realizaram transações com mais de 46 bilhões de bolívares soberanos.

Volume de negociações de Bitcoin na Venezuela atinge novo recorde
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Segundo dados divulgados pelo serviço de monitoramento de criptomoedas Coin Dance, entre os dias 7 e 15 de junho os venezuelanos realizaram transações com mais de 46 bilhões de bolívares soberanos (VES) através da exchange LocalBitcoins - um novo recorde para o país.

Novas reformas monetárias na Venezuela acompanharam um aumento decisivo no comércio de Bitcoin nesta semana, com os mercados informais estabelecendo novos recordes de todos os tempos.

A cifra deste mês já está muito acima do recorde anterior de 40,9 bilhões de VES, estabelecido no início de maio deste ano.

A atual atividade do Bitcoin na Venezuela tornou-se uma ameaça ao VES, nova moeda local que começou a circular em agosto de 2018.

Sob o regime do presidente Nicolas Maduro, o bolívar anterior viu cinco zeros desaparecerem de sua taxa de câmbio da noite para o dia, num movimento polêmico, que criou as bases para a emissão de uma criptomoeda estatal lastreada por petróleo, a Petro.

A hiperinflação tem atormentado a recente moeda nacional desde o seu início, com inflação anual prevista para impressionantes 8 milhões por cento em 2019.

Nesta semana, Maduro novamente reformulou o VES, emitindo novas notas em denominações maiores para tentar equilibrar seu valor constantemente em declínio.

O banco central da Venezuela alegou que a medida era para "tornar o sistema de pagamento mais eficiente e facilitar as transações comerciais", mas havia poucos sinais de apreciação por parte dos consumidores, que entenderam o lançamento das novas notas como um sinal de que o governo se rendeu à hiperinflação. Outros apontaram a ironia de re-adicionar zeros a uma moeda que anteriormente os havia perdido.

O recente aumento dos preços do BTC pareceu estimular um entusiasmo renovado por parte de traders em países como Argentina, Colômbia e Peru.

Os dois últimos viram uma crescente exposição à crise na Venezuela, com relatos de que as autoridades estão tentando aumentar os controles de fronteira para conter o fluxo de refugiados.

Na semana passada, também houve uma sugestão do presidente Jair Bolsonaro de que a América Latina deveria introduzir sua própria versão do euro - uma moeda comum aos países latino americanos.

Conforme reportado pelo Cointelegraph, comentando depois de cancelar um projeto que visa integrar a população indígena do Brasil usando criptomoedas, Bolsonaro declarou publicamente que simplesmente "não sabia" o que é o Bitcoin.

A Argentina tem sido um dos países mais progressistas em relação às criptomoedas na América Latina. O líder do país, Mauricio Macri, até participou de conversas com o bilionário investidor e o touro de Bitcoin Tim Draper no início deste ano. Draper fez uma sugestão sobre a troca do peso argentino por Bitcoin para resolver o problema de inflação do país.