Segundo dados divulgados pelo serviço de monitoramento de criptomoedas Coin Dance, entre os dias 7 e 15 de junho os venezuelanos realizaram transações com mais de 46 bilhões de bolívares soberanos (VES) através da exchange LocalBitcoins - um novo recorde para o país.
Novas reformas monetárias na Venezuela acompanharam um aumento decisivo no comércio de Bitcoin nesta semana, com os mercados informais estabelecendo novos recordes de todos os tempos.
A cifra deste mês já está muito acima do recorde anterior de 40,9 bilhões de VES, estabelecido no início de maio deste ano.
A atual atividade do Bitcoin na Venezuela tornou-se uma ameaça ao VES, nova moeda local que começou a circular em agosto de 2018.
Sob o regime do presidente Nicolas Maduro, o bolívar anterior viu cinco zeros desaparecerem de sua taxa de câmbio da noite para o dia, num movimento polêmico, que criou as bases para a emissão de uma criptomoeda estatal lastreada por petróleo, a Petro.
A hiperinflação tem atormentado a recente moeda nacional desde o seu início, com inflação anual prevista para impressionantes 8 milhões por cento em 2019.
Nesta semana, Maduro novamente reformulou o VES, emitindo novas notas em denominações maiores para tentar equilibrar seu valor constantemente em declínio.
O banco central da Venezuela alegou que a medida era para "tornar o sistema de pagamento mais eficiente e facilitar as transações comerciais", mas havia poucos sinais de apreciação por parte dos consumidores, que entenderam o lançamento das novas notas como um sinal de que o governo se rendeu à hiperinflação. Outros apontaram a ironia de re-adicionar zeros a uma moeda que anteriormente os havia perdido.
O recente aumento dos preços do BTC pareceu estimular um entusiasmo renovado por parte de traders em países como Argentina, Colômbia e Peru.
Os dois últimos viram uma crescente exposição à crise na Venezuela, com relatos de que as autoridades estão tentando aumentar os controles de fronteira para conter o fluxo de refugiados.
Na semana passada, também houve uma sugestão do presidente Jair Bolsonaro de que a América Latina deveria introduzir sua própria versão do euro - uma moeda comum aos países latino americanos.
Conforme reportado pelo Cointelegraph, comentando depois de cancelar um projeto que visa integrar a população indígena do Brasil usando criptomoedas, Bolsonaro declarou publicamente que simplesmente "não sabia" o que é o Bitcoin.
A Argentina tem sido um dos países mais progressistas em relação às criptomoedas na América Latina. O líder do país, Mauricio Macri, até participou de conversas com o bilionário investidor e o touro de Bitcoin Tim Draper no início deste ano. Draper fez uma sugestão sobre a troca do peso argentino por Bitcoin para resolver o problema de inflação do país.