A fintech Velo, que conta com mais de 400 mil clientes nos EUA, anunciou nesta semana sua chegada ao Brasil para concorrer com gigantes como PayPal e Wise, permitindo que seus usuários usem uma conta bancária com stablecoins lastreadas em dólares.

No mercado nacional a empresa chega com um diferencial, o routing number, que permite aos usuários enviar ou receber dólares globalmente via ACH, ou Wire. A empresa também conta com um cartão internacional que aceita mais de 50 moedas em 100 países.

Segundo informou a empresa ao Cointelegraph, o lançamento coincide com o aumento da demanda na América Latina por serviços financeiros em dólares, fato também destacado pelo presidente do Banco Central. Roberto Campos Neto disse recentemente que o crescimento no uso do USDT no Brasil se dá por brasileiros que anseiam ter uma conta digital em dólares.

"O que está em crescimento não são as criptomoedas, mas o que a gente chama de stablecoin. As pessoas estão entendendo que elas são uma forma barata de ter conta em dólar porque, das stablecoins, 99,9% é dólar. Tem países que você tem moeda que não é conversível e as pessoas têm desejo de ter uma conta em dólar. Hoje, se quiser ter conta em dólar e for brasileiro, você precisa ter um volume alto de recurso, mas, você pode comprar stablecoins e de certa forma você abriu uma conta digital em dólar", disse.

Velo no Brasil

No Brasil, a equipe da Velo, planeja investir de US$ 3 a 5 milhões nos próximos dois anos. A empresa também planeja criar uma equipe especializada em São Paulo para dar suporte ao plano de expandir para o restante da América Latina.

“Criamos a Velo com a missão de tornar a independência financeira acessível a todos. Ao aproveitar a estabilidade do dólar americano combinada com a velocidade e a eficiência da tecnologia blockchain, a Velo oferece uma solução única para os desafios financeiros enfrentados por muitos no Brasil e em outros países”, disse Varun Deshpande, cofundador e CEO da Velo.

No Brasil, levantamentos da Receita Federal, realizados mensalmente desde 2019, indicam crescimento significativo do uso de stablecoins. Esse crescimento chamou a atenção da Receita Federal que vem acompanhando essa expansão que já movimenta trilhões de dólares em todo o mundo.

Os dados do fisco indicam que as stablecoins mais negociadas são a USDT (Tether) e a USDC, ambas com paridade com o dólar americano, além de BRZ, que tem a paridade vinculada ao real brasileiro.

Segundo a RFB, a partir da análise de dados públicos é possível observar uma mudança significativa no perfil das transações envolvendo criptomoedas nos últimos anos. A negociação de Bitcoin e outras criptomoedas foi superada em larga escala pela movimentação de stablecoins como o Tether.