A utilização da tecnologia blockchain em pagamentos e transferências, inclusive internacionais, pode reduzir em até 50.800 vezes o custo por transação em relação aos meios tradicionais, de acordo com a Binance Research, braço de pesquisa da exchange global de criptomoedas.

Segundo com o relatório ‘Pagamentos com Blockchain: um novo começo’, apesar de ser representarem um dos setores globais com maior e mais rápido crescimento, os pagamentos ainda funcionam em grande parte com infraestrutura desatualizada, vinculada a bancos, com 50 anos de idade. Caso do sistema de transferências internacionais SWIFT, sediado Bélgica e criado na década de 1970, que, embora tenha sido uma conquista inovadora e um marco importante nas finanças, representa atualmente uma infraestrutura desatualizada, em grande parte análoga e fragmentada.

O documento acrescentou que fintechs de pagamento modernas e redes de cartões como Stripe, Mastercard e Visa tornaram a experiência do usuário final extremamente conveniente para consumidores e comerciantes. Por outro lado, o custo legado de envolver até seis intermediários, por exemplo, redes de cartões, emissores, processadores, sistemas POS, agregadores, carteiras digitais, em cada transação persiste. 

Alternativamente, o documento apontou que a tecnologia blockchain, base das criptomoedas, oferece um novo conjunto de trilhos de infraestrutura globalmente habilitados para pagamentos, construídos do zero. O que já está em curso no nível institucional, com players como a Visa executando pilotos que permitem a liquidação de pagamentos globais de nível institucional em blockchains públicas.

“A adoção também está ocorrendo no nível individual, pois produtos como Binance Pay estão sendo usados ​​para transferências peer-to-peer e internacionais de forma mais rápida e barata, bem como gastar com seus fundos criptográficos diretamente em comerciantes com zero taxas de gás, conversão dinâmica de moeda e liquidação em tempo real”, destacou o relatório.

A eliminação dos intermediários existentes nos meios tradicionais conferem à blockchain um custo 50.800 vezes menor que o média global de custo de transação. Nesse caso, comparou o estudo, o custo médio global para enviar US$ 200 por meio de métodos tradicionais é de 6,35%, ou US$ 12,70, de acordo com dados do Banco Mundial. Isso é 50.800 vezes mais caro que usar blockchain para enviar qualquer quantidade de stablecoins, já que a maioria das blockchains cobra uma taxa de gás fixa, independente do valor transferido.  Como exemplo,  a Binance observou que a utilização da Solana (SOL) representaria a cobrança de um taxa da rede em torno de US$ 0,00025 para envio dos mesmos US$ 200.

Fortes aliadas para a adoção da blockchain, as stablecoins, altcoins lastreadas em moedas fiduciárias como o dólar americano e o real brasileiro, tornaram-se um componente crucial do processamento de pagamentos em blockchains, de acordo com o relatório.

“Em 2023, o mercado de stablecoin liquidou mais de US$ 10,8 trilhões em transações. Excluindo atividades "inorgânicas", como bots ou transações automatizadas, o valor é de US$ 2,3 trilhões. Olhando para os pagamentos em stablecoins com os meios de pagamento tradicionais, podemos ver que eles têm ganho em relação aos seus homólogos tradicionais em termos de volumes trimestrais”, acrescentou o relatório.

Em relação à América Latina, que tem Brasil, Argentina e México no Top 20 dos mercados cripto, de acordo com o relatório mais recente da Chainalysis, o vice-presidente da Binance na região, Guilherme Nazar, destacou a prosperidade latino-americana quando se fala em criptomoedas. 

“O pagamento com criptomoedas tem atraído mais pessoas para essa indústria na região, porque permite manter o dinheiro investido e utilizá-lo para as necessidades diárias a qualquer momento, com taxas mínimas ou sem taxas”, comentou Guilherme Nazar.

Na esteira da adoção da blockchain, a gigante global de pagamentos Mastercard está expandindo seu suporte para carteiras de criptomoedas não custodiais em uma nova colaboração que permite aos usuários gastar cripto enquanto “são seu próprio banco”, conforme noticiou o Cointelegraph.