O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos adicionou o banco, com sede em Moscou, Evrofinance Mosnarbank, à sua lista de sanções, alegando que era a “instituição financeira internacional primário disposta a financiar” a Venezuela e sua criptomoeda controversa nacional lastreada ao de petróleo, a Petro (PTR). A notícia foi anunciada em um comunicado de imprensa oficial do Tesouro publicado em 11 de março.

Em seu comunicado, o Tesouro acusou a Evrofinance - supostamente de propriedade conjunta de empresas estatais russas e venezuelanas - de ajudar materialmente os esforços para lançar a criptomoeda, que caracterizou como um projeto “fracassado”:

“Quando a falida criptomoeda venezuelana, chamada Petro, foi lançada em 2018, a Evrofinance surgiu como a principal instituição financeira internacional disposta a financiar a Petro. Os primeiros investidores da Petro foram convidados a comprar a criptomoeda, transferindo fundos para uma conta do governo venezuelano na Evrofinance.”

O Tesouro ainda afirma que o envolvimento da Evrofinance com a Petro é uma prova da “esperança de Maduro de que o Petro permitiria que a Venezuela contornasse as sanções financeiras dos EUA”.

De acordo com o comunicado, o antecessor de Maduro, Hugo Chávez, adquiriu 49% das ações da Evrofinance através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Venezuela em 2011.

"No momento de sua incorporação", continua o comunicado, "a Gazprombank da Rússia, na qual a maioria da produtora estatal de gás russa Gazprom é acionista, e o banco estatal russo VTB Bank, que é o segundo maior banco da Rússia, cada um possuía 25% de participação na Evrofinance.”

Enquanto outros grandes bancos baseados nos EUA e na Europa cortaram laços com o regime de Maduro, o Tesouro acusa a Evrofinance de lucrar mantendo seu relacionamento com o governo venezuelano:

“Esta ação demonstra que os Estados Unidos tomarão medidas contra as instituições financeiras estrangeiras que sustentam o regime ilegítimo de Maduro e contribuem para o colapso econômico e a crise humanitária que assola o povo da Venezuela.”

A Evrofinance é ainda acusada de apoiar a companhia de petróleo estatal venezuelana PDVSA, que está sob sanções dos Estados Unidos em janeiro de 2019. A PDVSA introduziu o Petro como uma unidade de conta para o comércio de petróleo bruto venezuelano no ano passado.

Conforme relatado, Jorge Farias - o CEO da startup cripto da Venezuela, Cryptobuyer - alegou que o altamente controverso Petro é de fato apoiado pela PDVSA, dizendo a repórteres em agosto passado que:

“Uma Petro é supostamente [...] apoiada por barris de petróleo produzidos pela empresa petrolífera nacional PDVSA; a captura: a PDVSA também tem dívidas no valor de US$ 45 bilhões”.

Cointelegraph traçou o destino cada vez mais vexado da Petro, que continua a se desdobrar em um cenário de turbulência política e econômica. O líder da oposição venezuelana e presidente interino autodeclarado Juan Guaido - reconhecido pela Alemanha, EUA e Canadá, entre outros - descartou o Petro de Maduro como "uma farsa" em dezembro de 2017.