A Secretaria de Cooperação Internacional (SCI) informou que foram disponibilizadas 13 vagas para membros e servidores participarem do treinamento online Dark Web e Criptomoedas promovido pelo órgão americano Homeland Security Investigations (HSI).

Segundo o comunicado a capacitação, marcada para entre as 9h e as 13h de 19 e 20 de maio, abordará aspectos básicos da dark web, como a tecnologia TOR, por meio da análise de boas práticas, técnicas investigativas e estudos de casos sobre crimes relacionados a narcóticos, armas, exploração infantil e invasão nesse ambiente.

Além disso, os participantes terão a oportunidade de observar uma visita em tempo real a um mercado da dark web.

O curso inclui, ainda, um estudo introdutório sobre criptomoedas, com foco em Bitcoins. Apresentará, também, boas práticas, técnicas investigativas estudos de casos sobre o tema, havendo igualmente, a oportunidade de realizarem, em tempo real, transações com Bitcoins, construção de carteira e operarem caixas eletrônicos de criptomoedas.

Para participar do evento, é necessário ser fluente em inglês ou espanhol e atuar ou ter atuado em casos relacionados aos temas que serão abordados.

inscrição deve ser feita até às 18h desta segunda-feira (3).

Os participantes serão selecionados por ordem de inscrição até o limite de vagas. Para servidores, é necessário enviar autorização da chefia para o e-mail PGR-Rel-SCI@mpf.mp.br.

A confirmação dos inscritos será informada na intranet após as 15h de 4 de maio. Se houver mais de 13 candidatos habilitados inscritos, será realizado sorteio entre os interessados que preencherem os requisitos do edital.

Crimes com Bitcoin no Brasil

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras, COAF, está investigando cerca de 674 mil pessoas (físicas e jurídicas), supostamente envolvidas em esquemas de lavagem de dinheiro e, parte das investigações, envolvem o uso de Bitcoin e criptomoedas para este tipo de crime.

Segundo o COAF as investigações geraram 11.612 Rifs, que são relatórios produzidos pela instituição destinados a subsidiar investigações da Polícia Federal, polícias civis, auditores da Receita Federal, Ministério Público e até autoridades de inteligência financeira estrangeiras.

Atualmente, a base de dados do Coaf reúne mais de 26 milhões de comunicações de operações suspeitas e em espécie. Desse total, aproximadamente 6,2 milhões de comunicações foram recebidas somente em 2020, provenientes dos setores obrigados (exchanges de criptomoedas não são obrigadas a informar o COAF).

Na linha de investigações sobre supostas atividades ilícitas com criptomoedas a Polícia Federal do Brasil informou que apreendeu nos últimos 12 meses mais de R$ 1 bilhão em criptomoedas, hoje mantidas em contas judiciais.

Entre os valores apreendidos em investigações comandadas pela PF, estão 6.000 BTC (cerca de R$ 1.856.697.063) e outras criptomoedas como a Ethereum.

As autoridades policiais já consideram os negociantes de criptomoedas os "novos doleiros", por usarem criptoativos para evasão de divisas, sonegação e lavagem de dinheiro.

Os investigadores da PF também encontraram ligações do uso de criptomoedas com o tráfico de drogas e a corrupção, chegando a desenvolver um material interno para direcionar a busca e apreensão de criptoativos.

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