Após a eleição do peronista Alberto Fernández, o Banco Central da Argentina anunciou hoje, 28 de outubro, uma nova medida que limita a compra de dólares pelos argentinos. Segundo a nova medida os cidadãos do país poderão comprar somente US$ 200 por meio de contas bancárias e US$ 100 em espécie, o limite anterior era de US$ 10 mil por mês.
"Dado o atual grau de incerteza, a diretoria do BCRA decidiu tomar uma série de medidas neste domingo que buscam preservar as reservas do Banco Central", afirmou a entidade em comunicado. A medida deve causar um grande impacto na economia argentina, altamente dolarizada.
O dólar americano é quase uma 'segunda moeda' no país e muito usado para 'preservar o valor' do dinheiro frente às crises econômicas. Assolados por diversas crises financeiras os argentinos têm a cultura do 'efectivo' como eles chamam o dinheiro físico e evitam deixar valores em contas bancárias ou instituições financeiras, por isso o dólar é tão popular no país, serve como uma reserva de valor e pode ser usado para transações financeiras muito facilmente.
A medida por criar um novo impulso para o Bitcoin no país já que há uma total descrença histórica da população com o peso argentino e com os bancos tradicionais e, desta forma, o BTC pode ser usado como uma reserva de valor importante para a população que teme uma nova onda de desvalorização do peso argentino. Não há, até o momento, restrição para compra de Bitcoin no país.
Em agosto deste ano, em meio a crise que vive a Argentina, o preço do BTC foi cotado acima da média mundial pouco tempo antes da eleição quando as pesquisas apontavam uma derrota de Maurício Macri (o que foi efetivado neste final de semana)
Na época, enquanto o preço do Bitcoin era negociado a US$ 11.300, segundo dados do Coinmarketcap, no país 1 bitcoin chegou a ser negociado em US$ 12.300 na Ripio, principal plataforma de negociações na Argentina. Um movimento similar pode ser esperado agora.
Recentemente, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central da Argentina (BCRA), anunciou a intenção de aumentar o volume de peso em circulação em 2,5% ao mês nos próximos dois meses visando garantir a estabilidade monetária e financeira. No entanto a impressão de novo dinheiro não foi bem recebida pela população e alimentou suspeitas de falta de liquidez na nação.
Na época, o trader de Bitcoin (BTC) argentino e consultor de blockchain, Camilo Jorajuría de León, criticou a decisão do banco central e declarou, "É assim que os políticos locais roubam o futuro de todos debaixo do nariz. O Bitcoin corrige isso", disse.
Como noticiou o Cointelegraph, a Ripple e a Coinbase realizaram um investimento na Bitso, uma das principais exchanges da América Latina com a finalidade de acentuar uma expansão para ?Argentina e Brasil.
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